sábado, 8 de janeiro de 2022

Sustentabilidade Empresarial

          Hoje em dia, a questão da sustentabilidade é um assunto crucial, além de ser um dos mais debatidos e estudados no planeamento empresarial. Apesar da sua complexidade e relevância, tanto as empresas como as organizações internacionais estão cada vez mais abertas e inquietas na resposta às questões ambientais e socias.

O intenso crescimento populacional e a produção massiva que se tem sentido desde a Revolução Industrial influenciam as empresas a definirem estratégias e tomadas de decisão táticas, de forma a prevenir impactes irreversíveis no meio ambiente. Assim, a urgência de agir é cada ver maior. Tanto a sociedade como as entidades lucrativas têm de reestruturar-se de forma a tomar decisões socialmente responsáveis. No caso das empresas, é essencial que procurem resultados financeiros positivos – maximização de lucro – sem tal se repercutir penosamente no meio ambiente.

O rápido progresso tecnológico e a acentuada evolução populacional alteraram significativamente os hábitos de consumo humano ao longo dos anos. Atualmente, o consumismo, juntamente com os processos produtivos altamente poluentes, intensificam problemas já sentidos, como é o caso, da escassez dos recursos naturais e dos efeitos a nível de aquecimento global – alterações climáticas, subida do nível do mar, extinção de espécies. Desta forma, percebe-se que o desenvolvimento é preciso, no entanto é necessário que o lucro não seja o único fator significativo. As empresas têm a responsabilidade de adotar políticas mais conscientes e dar atenção a práticas de reciclagem de materiais. Em contrapartida, o papel das empresas não é o único representativo para o avanço sustentável. O dever do consumidor também é fulcral para combater estas questões. Se compararmos com a lei básica económica - quanto maior a procura, maior a oferta – se consumirmos cada vez mais, a oferta será́ igualmente maior, o que poderá́ originar um ciclo de desperdícios em grande escala.

          Em 2019, a Comissão Europeia apresentou o Pacto Ecológico Europeu, que inclui todos os setores da economia e tem como objetivo definir estratégias de biodiversidade para 2030, de forma a traçar um caminho mais amplo e real para a Europa de 2050. Todavia, a implementação de objetivos tão significativos e de longo-prazo induz investimentos de grande escala. Para os atuais objetivos de 2030, deduz-se um investimento anual de 260 mil milhões de euros (corresponde cerca de 1,5% do PIB de 2018). No entanto, com a pandemia do COVID-19 o Pacto Ecológico Europeu será́ financiado por um terço dos 1,8 biliões de euros de investimentos do Plano de Recuperação (Next Generation) e pelo orçamento da UE.

No caso de Portugal, sendo o nosso país membro da UE e da ONU, está comprometido a reduzir o impacte ambiental das suas atividades, nomeadamente, de acordo com a ONU Portugal, estamos comprometidos a diminuir entre 30 a 40% das emissões de CO2 em relação a 2005, aumentar o peso das energias renováveis para 40% do consumo final de energia, e ter apenas 2 dias por ano com o IQAR (índice de qualidade do ar) “fraco” ou “mau” (até 2030).

Adicionalmente, a preocupação das empresas portuguesas está cada vez mais a aumentar no que toca à sustentabilidade e à responsabilidade social e ambiental. O princípio essencial e imprescindível é o sucesso lucrativo empresarial, mas, simultaneamente, o contributo para um futuro próspero. Empresas como a ECO, Grow in Peace (agricultura sustentável), EDP, Grupo Jerónimo Martins, Navigator, são exemplos de entidades que procuram processos produtivos ou matérias mais sustentáveis.

         Em jeito de conclusão, na minha opinião, as empresas, ao serem forças económicas extremamente poderosas, contribuem fortemente para a expansão do mercado global. A criação de pactos e planos de mudança faz com que os países, no caso os países membros da União Europeia, adotem uma responsabilidade social e ambiental acrescida para o cumprimento dos objetivos estabelecidos. Dessa forma, Portugal, como membro da UE e da ONU, tem compromissos sustentáveis a desempenhar. Isto faz com os países e as empresas não excedam o limite considerável e, além disso, perspetivem um futuro melhor para o planeta.

 

Beatriz Neves Vieira Silva

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

Sem comentários: