segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Pobreza e Fome Mundial

 “A pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de rendimento que garantam meios de subsistência sustentáveis. A pobreza manifesta-se através da fome e da malnutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à discriminação e à exclusão social, bem como à falta de participação na tomada de decisões” (ONU).

Segundo dados do Banco Mundial, atualmente existem cerca de 760 milhões de pessoas em todo o mundo em situação de pobreza. É considerado viver em pobreza todo aquele individuo que vive com menos de 1,90$/dia (1,69€/dia). Estas pessoas representam cerca de 10,5% da população mundial.

Através da análise da figura abaixo, observamos que, em 2019, a maior parte da pobreza mundial situava-se nos países em desenvolvimento, nomeadamente a África Subsariana e o Sul Asiático. Conforme os dados, o país com a maior percentagem de população a viver em pobreza extrema é o Sudão do Sul, onde 80,71% da população se encontrava nesta situação.

Figura 1- Percentagem da população em pobreza extrema

Fonte - Our World in Data

Como podemos perceber pela definição de pobreza da ONU, um dos problemas associados a esta é a fome - falta de meios para se alimentar; subnutrição.

Para medimos o nível de fome mundial, muitas vezes utiliza-se o “Global Hunger Index” (GHI), este índice utiliza quatro indicadores: subnutrição; subnutrição aguda; subnutrição crónica e mortalidade infantil.

Através da análise da figura abaixo, entendemos que maior parte da fome mundial se encontra na Africa Subsariana e no Sul Asiático. Em 2019, apenas a República Centro Africana se encontrava na categoria “extremamente alarmante”, enquanto que os outros se situavam no “alarmante” e “sério”.

Figura 2- Índice de Fome Global

Fonte - Our World in Data

Conseguimos também perceber a seriedade destes problemas uma vez que estes fazem parte dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” da ONU, até 2030. Existem dentro do plano medidas como: erradicar a pobreza extrema; aumentar a resiliência dos mais pobres e diminuir a vulnerabilidade destes a fenómenos externos, quer sejam, sociais, económicos ou ambientais; garantir a mobilização de meios de variadas fontes para que os países em desenvolvimento possam implementar programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões; acabar com a fome e garantir o acesso de todos a uma alimentação nutritiva e saudável durante todo o ano; acabar com todas as formas de desnutrição; adotar medidas para garantir o funcionamento dos mercados de matérias-primas e facilitar o acesso à informação do mercado; e prevenir as restrições ao comércio mundial.

Apesar de existirem melhoras no panorama mundial no que diz respeito a estes problemas, a realidade é que há previsões que apontam para que em 2030 existirão cerca de 500 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema.

“Tal como a escravatura e o apartheid, a pobreza não é natural. É feita pelo homem e pode ser superada e erradicada pela ação dos seres humanos. A superação da pobreza não é um gesto de caridade. É um ato de justiça. É a proteção de um direito humano fundamental, o direito à dignidade e a uma vida decente. Enquanto a pobreza persistir, não há uma verdadeira liberdade” (Nelson Mandela, 2005).

Na minha opinião, devíamos seguir estas palavras, porque apesar da existência de vários programas, só nós como sociedade é que temos a capacidade de mudar o mundo, o que faz com tenhamos que agir e não ficarmos só com promessas ou objetivos, pois sem a nossa entreajuda e cooperação estes objetivos nunca serão atingidos. Logo, todos aqueles países que possuem os meios para ajudar os mais desfavorecidos deveriam impor-se e ajudar na mudança pois estes são problemas mundiais.

 

Ana Margarida Queirós da Costa


Referências das Figuras:

https://ourworldindata.org/hunger-and-undernourishment

https://ourworldindata.org/extreme-poverty

[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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