terça-feira, 5 de junho de 2012

Crescimento da economia paralela preocupa!!

O mercado paralelo atinge valores impressionantes numa economia como a nossa. A atravessar um período difícil, Portugal, os valores da economia, também conhecida por “economia submersa”, embora de difícil contabilização, continuam a crescer, o que deve preocupar bastante as contas nacionais.
Mas afinal o que é isto de economia paralela? É bastante simples: são todas as atividades económicas promovidas pelos agentes económicos que não são supervisionados pelo Estado, que visam a fuga a impostos, transições de matérias ilegais - a contrafacção de diversos produtos de vários sectores, desde roupas a drogas, armas e prostituição. Estas movimentações ilegais constituem fraudes económicas, dado que têm carater ilegal ou proibido, não são declaradas e por consequência não são contabilizadas na conta do Estado, devendo assim ser contabilizadas no mercado paralelo.
Há muitos anos que a contrafacção dos produtos tem sido um problema no mercado comercial de vários setores. Mais recentemente, com o crescimento das tecnologias de produção e o mercado de trabalho nos países em desenvolvimento, a gama de produtos que são falsificados e vendidos a compradores insuspeitos aumentou significativamente. Os sectores de negócio como moda, perfumes, música, filmes, produtos farmacêuticos e equipamento de desporto são todos alvos de contrafacção, assim como os componentes da indústria que serve a produção de carros, aviões e navios.
Cada vez mais os produtos farmacêuticos são também alvo de contrafacção, comercializados e vendidos em todo o mundo. Este crescimento na falsificação e comércio ilegal representa uma grande preocupação para os fabricantes e redes de distribuição e pode pôr em perigo a saúde dos agricultores e dos consumidores, danificar o ambiente e causar danos económicos e de reputação aos agricultores, à fileira alimentar, aos governos e às próprias indústrias.
Este tipo de actividades que referi, é, como disse, actividade que não é contabilizada pelo Estado, o que dificulta a determinação do valor dos produtos falsificados no negócio dos vários sectores, pois os exemplos conhecidos representam apenas as pontas do icebergue em termos de valor real do negócio, sendo assim impossível de se saber ao certo o seu peso real no PIB nacional. Após algumas notícias que li e que refiro na bibliografia, podemos ver que em 2010, a economia paralela deveria andar um pouco acima dos 25% do PIB português, isto é, cerca dos 35 mil milhões de euros (!!!) o que dá que pensar, pois se este 1/4 do PIB fosse contabilizado, Portugal não necessitaria de recorrer a ajuda externa. Mas, como é óbvio, combater estes números é uma tarefa dificílima.
No caso de Portugal, após a entrada galopante do FMI na economia portuguesa, que levou à subida de impostos e do desemprego, e juntando a actual conjuntura económica, o incentivo para cair na tentação de fraudes por parte de agentes económico aumentou radicalmente, prevendo, e baseando-me numa noticia fundamentada por estudos da Faculdade de Ciências Económicas da Universidade do Porto, que os números que referi para 2010 tenham crescido bastante até ao período actual. É importante destacar também, e embora não surpreenda muito, que Portugal é o 3º país com os valores mais elevados, no que toca ao mercado negro, logo atrás de Itália e Grécia, isto dentro da União Europeia.
Nós sabemos que, com as dificuldades económicas que se abatem principalmente sobre a classe média e a classe baixa portuguesas, é difícil evitar e controlar a expansão do mercado paralelo. No meu ponto de vista, existem actividades em Portugal, como o da droga e da prostituição, em que se poderia começar a obter receitas fiscais destes tipo de mercados que são proibidos actualmente no nosso país, mas que são liberalizados noutros locais, que para além do contributo para a nossa economia iriam contribuir para a diminuição da criminalidade. Mas estes são dois temas, que não são muito bem vistos aos olhos dos portugueses, dado que o nosso país tem uma mentalidade mais fechada e conservadora. Também acredito que um aumento quer na quantidade quer na qualidade da fiscalização de todo o tipo de contrafações iria ter um impacto positivo. Pois, se nos questionarmos, iremos verificar que todos nós assistimos a várias contrafações, nomeadamente nas feiras com os cd’s e dvs’s.
Mas uma coisa é certa: os números de economia paralela aumentam, estes mercados “negros” continuam a existir, e Portugal tem uma economia bastante debilitada, e acho que deveríamos procurar soluções de forma à diminuição destes valores.
                   
Wilson Santos

Bibliografia:

[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3.º ano do curso de Economia (1.º ciclo) da EEG/UMinho]

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