Nos dias de hoje é certamente de
estranhar se os meios de comunicação não abordarem o tema do Desemprego.
Infelizmente, no padrão atual, este fenómeno tem vindo a atingir proporções e
importância demasiado elevadas.
Em Abril deste ano, o desemprego
atingiu um novo valor recorde, passando a situar-se na casa dos 15,2% e
continuando a sua situação ascendente (em Outubro de 2011 estava nos 13,6%). No
que diz respeito ao desemprego jovem, também este chegou a um novo topo, 36,6%.
Como se isto não fosse suficiente, também o desemprego entre licenciados
aumentou, crescendo 37% num só ano. A nível do desemprego de longa-duração,
também este não apresenta um cenário animador, registando um incremento de 14%.
Em termos de setores de atividade, o
setor da construção é o que tem sofrido mais com toda esta crise. No segundo
trimestre de 2011, o número de desempregados representava cerca de 14% do valor
total. Em sinal de grave declínio apresentam-se também setores como a pesca ou
a agricultura. De resto, o setor primário é o que menos procura por emprego
tem. Os desempregados tendem a procurar a sua sorte essencialmente no setor
terciário.
Na União Europeia mais desempregados
só em Espanha (24,3%) e na Grécia (21,7% em Fevereiro), revelam os dados
divulgados pelo Eurostat. No conjunto dos Estados-membros da União Europeia, a
taxa de desemprego subiu uma décima em abril, situando-se nos 10,3%. Já na Zona
Euro, o valor manteve-se inalterado nos 11%.
As previsões da Comissão
Europeia para a evolução da economia portuguesa, para 2012 e 2013 são mais
pessimistas que as que o Governo estimou no Documento de Estratégia Orçamental.
Bruxelas prevê que a taxa de desemprego em Portugal atinja 15,5% este ano,
enquanto o Governo apenas previa uma taxa de 14,5 por cento no Documento de
Estratégia Orçamental. Para o próximo ano, o Governo de Passos Coelho esperava
obter um valor a rondar os 14,1%. No entanto, as projeções de Bruxelas são
novamente mais pessimistas, esperando um valor na casa dos 15,1%.
Na minha opinião seria de
esperar uma atitude por parte do Governo, pois este fenómeno afeta os fatores
económicos mas também psicológicos do trabalhador, podendo vir a originar ainda
mais desagrado. Não podemos continuar a viver de previsões, a população precisa
de resultados e é isso que o novo Governo deverá procurar com vista a tentar
diminuir o número de desempregados, para assim aliviar um pouco os seus gastos
com subsídios e aliviar também o descontentamento que se tem vindo a verificar
com este assunto. É necessário incentivar o investimento, procurar
oportunidades de negócio, conceder apoios generosos a novos empregadores.
Acredito que as vantagens superarão em larga margem as desvantagens e iremos
beneficiar não só a curto, mas também a longo-prazo.
Diogo Azevedo
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