quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Desemprego em Portugal

Nos dias de hoje é certamente de estranhar se os meios de comunicação não abordarem o tema do Desemprego. Infelizmente, no padrão atual, este fenómeno tem vindo a atingir proporções e importância demasiado elevadas.
Em Abril deste ano, o desemprego atingiu um novo valor recorde, passando a situar-se na casa dos 15,2% e continuando a sua situação ascendente (em Outubro de 2011 estava nos 13,6%). No que diz respeito ao desemprego jovem, também este chegou a um novo topo, 36,6%. Como se isto não fosse suficiente, também o desemprego entre licenciados aumentou, crescendo 37% num só ano. A nível do desemprego de longa-duração, também este não apresenta um cenário animador, registando um incremento de 14%.
Em termos de setores de atividade, o setor da construção é o que tem sofrido mais com toda esta crise. No segundo trimestre de 2011, o número de desempregados representava cerca de 14% do valor total. Em sinal de grave declínio apresentam-se também setores como a pesca ou a agricultura. De resto, o setor primário é o que menos procura por emprego tem. Os desempregados tendem a procurar a sua sorte essencialmente no setor terciário.
Na União Europeia mais desempregados só em Espanha (24,3%) e na Grécia (21,7% em Fevereiro), revelam os dados divulgados pelo Eurostat. No conjunto dos Estados-membros da União Europeia, a taxa de desemprego subiu uma décima em abril, situando-se nos 10,3%. Já na Zona Euro, o valor manteve-se inalterado nos 11%.
As previsões da Comissão Europeia para a evolução da economia portuguesa, para 2012 e 2013 são mais pessimistas que as que o Governo estimou no Documento de Estratégia Orçamental. Bruxelas prevê que a taxa de desemprego em Portugal atinja 15,5% este ano, enquanto o Governo apenas previa uma taxa de 14,5 por cento no Documento de Estratégia Orçamental. Para o próximo ano, o Governo de Passos Coelho esperava obter um valor a rondar os 14,1%. No entanto, as projeções de Bruxelas são novamente mais pessimistas, esperando um valor na casa dos 15,1%.
Na minha opinião seria de esperar uma atitude por parte do Governo, pois este fenómeno afeta os fatores económicos mas também psicológicos do trabalhador, podendo vir a originar ainda mais desagrado. Não podemos continuar a viver de previsões, a população precisa de resultados e é isso que o novo Governo deverá procurar com vista a tentar diminuir o número de desempregados, para assim aliviar um pouco os seus gastos com subsídios e aliviar também o descontentamento que se tem vindo a verificar com este assunto. É necessário incentivar o investimento, procurar oportunidades de negócio, conceder apoios generosos a novos empregadores. Acredito que as vantagens superarão em larga margem as desvantagens e iremos beneficiar não só a curto, mas também a longo-prazo.

Diogo Azevedo

[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3.º ano do curso de Economia (1.º ciclo) da EEG/UMinho]

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