terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Guimarães, uma cidade que pensa Verde

Guimarães, apesar de ser uma cidade carregada de história e de idade, não se mostra presa no passado, mas sim voltada para o futuro ou, melhor dizendo, para um futuro mais verde. Foi considerado o município mais sustentável de 2018, alcançando a melhor pontuação no programa ECOXXI, uma iniciativa da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), destinada a premiar as boas práticas e políticas ambientais dos municípios portugueses.
 A cidade berço possuí a ambição de tornar o seu concelho mais verde, como prova disso foi a sua candidatura a Capital Verde Europeia 2020, distinção máxima da Comissão Europeia para cidades com mais de 100 mil habitantes. Guimarães alcançou o 5º lugar entre as 13 cidades candidatas ao prémio, resultado este muito positivo para o município, apesar de não ter ganho. A par da sua candidatura, são vários os projetos que fazem com que este caminho em direção à sustentabilidade se alcance mais rapidamente.
Um exemplo de sucesso são as Hortas Pedagógicas: existem 525 talhões, num total de 6,4 hectares de terreno no coração da cidade, com lista de espera, as quais, permitem às pessoas que vivem em ambiente urbano usufruir de terreno agrícola e realizar o próprio cultivo.  Atualmente, existem mais de 20 brigadas verdes com mais de 2000 soldados ambientais e as emissões de CO2 foram reduzidas em 20%. Estas brigadas verdes consistem na reunião dos soldados ambientais nas respetivas freguesias todos os fins de semana para realizarem alguma iniciativa pelo ambiente.
No centro histórico, os papa-chicletes e os ecopontas, desenvolvidos numa parceria do município com a Universidade do Minho, são os locais onde os cidadãos deitam as chicletes e as pontas de cigarro. No futuro, vão servir para fazer mobiliário urbano, como bancos de jardim. Além disto, está a ser construída a rede de 20 quilómetros de ciclovias ecológicas que, no futuro, se vai estender às principais vilas do concelho. Esta rede de ciclovias visa incentivar os vimaranenses a aumentar as suas deslocações com recurso a bicicletas, diminuindo o número de carros em circulação.
De salientar que, com a candidatura a Capital Verde, a Câmara de Guimarães decidiu construir um edifício que fosse exemplo de sustentabilidade ambiental, energética e, consequentemente, económica. Assim, surgiu em 2017 a Academia de Ginástica de Guimarães, um edifício autossustentável e próximo do “carbono zero”, que serve para a formação de atletas de ginástica e que já conta com quase mil praticantes em menos de um ano.
Na minha opinião, é cada vez mais urgente mudar a consciência da nossa população relativamente aos problemas ambientais, tendo as medidas políticas um papel primordial nesta causa. Guimarães é um exemplo de um município que reconhece que são as pessoas que vão criar um desenvolvimento sustentável no futuro, e não as autoridades da cidade. No entanto, parte destas autoridades a iniciativa e o exemplo a seguir para que as pessoas construam um futuro sustentável.
Deste modo, estas iniciativas deverão servir como modelo para outras cidades e, desta forma, introduzir mais hábitos e projetos, que visam a sustentabilidade ambiental no nosso país, para todos juntos contribuirmos para um futuro mais verde.

Ana Cláudia da Silva Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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