terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Portugal, um país cada vez mais iluminado

Portugal ilumina-se, os espetáculos de luzes cativam as multidões, o país reveste-se de pinheiros e efeitos natalícios excêntricos e são cada vez mais os destinos a aderir, tentando diversificar-se e distinguir-se pelas decorações e pela oferta de produtos e serviços alusivos ao Natal. Esta época festiva envolve todo um conjunto de implicações para as diversas regiões ao longo do país, que têm cada vez mais aderido à tendência da celebração da época natalícia. Assim, tem sucedido uma crescente valorização, por parte das regiões, da comemoração do Natal, sendo que são cada vez mais exuberantes as formas de demonstrarem um espírito natalício.
Na minha opinião, um aspeto que tem vindo a marcar este tipo de eventos é o acréscimo da envolvência pelos diversos cantos do país, o que pode induzir inúmeros benefícios para as regiões. Primeiramente, permite aos locais desenvolverem a sua atratividade durante todo o período, por diversos motivos, deslocando um enorme fluxo de pessoas aos locais que oferecem todo um espetáculo natalício. Um excelente caso é Guimarães, que todos os anos no dia 29 de Novembro desloca milhares de pessoas de todas as faixas etárias para a tão reconhecida festa do Pinheiro.
No entanto, o evento mais reconhecido nesta época natalícia é claramente a Vila Natal de Óbidos, que todos os anos se distingue pelos crescentes esforços para ser mais original e pela constante tentativa de se superar, ano após ano. Este local tenciona proporcionar aos visitantes uma experiência única, com uma enorme envolvência natalícia. Toda a atratividade nesta época concede a Óbidos o desenvolvimento de setores como a restauração, hospedagem e outros serviços complementares.
Adicionalmente, um aspeto muito vantajoso reside no facto de permitir a divulgação da cultura e tradição regional, pela exposição e possível aquisição de produtos regionais, medida esta que tem sido desenvolvida em diversos locais, pela criação de um mercado regional. Famalicão já aderiu a esta tendência e instalou um “mercadinho” na reconhecida “Aldeia de Natal”, onde se destacam sugestões de presentes criativos e únicos, apresentados por produtores locais, e simultaneamente toda uma oferta de produtos gastronómicos. Toda esta iniciativa contribui para o desenvolvimento de projetos de empreendedorismo locais e, consequentemente, para o crescimento económico regional, bem como para a divulgação do concelho. Adicionalmente, Famalicão proporciona inúmeras atividades complementares, que vão desde o ringue de patinagem, presente todos os anos, até ao designado “Circo de Papel” e à “Cabana Solidária”, com a presença do Pai Natal a apelar a um Natal mais solidário, proporcionando uma experiência mais agradável e profunda para os visitantes.
Na minha perspetiva, a envolvência por parte das localidades nesta celebração festiva tem intrínsecos alguns efeitos mais prejudiciais, como todo o congestionamento, principalmente em grandes centros, e todos os gastos inerentes, principalmente no que concerne à iluminação. Porém, estes gastos podem, de certa forma, considerar-se um investimento na perspetiva da atratividade pública, que é um dos objetivos primordiais das regiões que participam.
Não obstante, esta é uma época única e já assente no coração de imensas pessoas, o que aparentemente parece ter toda uma envolvência que agrada à maioria da população, revelando um certo espírito de especial alegria e contentamento. Nesta época, é importante as pessoas relembrarem a importância da união, sendo a junção das pessoas um momento extremamente único, pelo que a adesão das regiões ao Natal permite exatamente a reunião da comunidade, o convívio e esse sentimento de harmonia e fraternidade.
É importante ter em consideração fatores como a diversificação e distinção, sendo indispensável criar programas originais e de qualidade, de forma a permitir toda a consolidação da experiência para os participantes, a fidelização dos mesmos e a divulgação dos territórios. Assim, é essencial utilizar ferramentas de marketing, uma vez que estamos perante uma era tecnológica, para divulgar toda a oferta inerente e promover a atratividade local. É crucial continuar a promover, efetiva e eficientemente, estes eventos festivos para que proporcionem o crescimento dos mesmos e, consequentemente, contribuam para o sucesso das futuras edições.
Em suma, o Natal é uma época na qual o povo português transparece felicidade e comunhão, estando intrínseco na tradição do país celebrar esta festividade, razão pela qual é fulcral tirar o máximo proveito de um dos momentos mais excecionais do ano e manifestar o verdadeiro espírito natalício português nos diversos cantos do país!

Daniela Araújo Azevedo

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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