terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O negócio dos ginásios: a “moda” veio para ficar?

  Cada vez mais os portugueses se preocupam com a prática de exercício físico, quer para manter um estilo de vida saudável quer devido a questões estéticas. São influenciados também pelas redes sociais e media, que cada vez mais promovem não só o exercício e a alimentação mas a imagem de um corpo perfeito. Mas será que os portugueses se renderam completamente? A resposta é não. Portugal ainda se encontra na cauda da Europa no que diz respeito à prática de exercício físico.
De acordo com o Eurobarómetro de 2017 da União Europeia, 68% dos portugueses não praticam qualquer exercício físico podendo ser apontadas as dificuldades económicas e a falta de tempo como principais razões. Só a Grécia e a Bulgária apresentam piores indicadores. Apenas 5,4% da população é que faz exercício físico em ginásios, correspondendo a 540 mil pessoas. Todavia, após uma queda acentuada entre 2010 e 2013, a prática de exercício físico tem vindo a aumentar, sobretudo associada aos ginásios. Segundo os dados mais recentes da AGAP (Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal), o setor tem cerca de 1100 unidades, que respondem a uma faturação da ordem dos 220 milhões de euros e perto de 20 mil postos de trabalho a tempo inteiro. O valor médio de uma mensalidade situa-se nos 38 euros.
Um aspeto importante foi o aparecimento de cadeias de ginásio low cost, que veio dar um novo, e grande, impulso ao setor, quando o fator determinante para os portugueses praticarem exercício físico é o preço, tendo-se vindo a assistir a uma diminuição do preço médio da mensalidade nos últimos anos, permitindo a este segmento de mercado, o low cost, crescer e aumentar a procura.
As cadeias presentes em Portugal estão atentas ao mercado e reconhecem que “há muita margem para crescer”, afirma Sofia Sousa, CEO do Holmes Place. Neste sentido, o setor estabeleceu como meta atingir o milhão de praticantes de atividade física em ginásios até 2025. Dados de 2016, revelam que o número de sócios dos ginásios tinha crescido 30% nesse ano e o número de espaços tinha aumentado 14%, destacando-se o Holmes Place, o Fitness Hut e o Solinca como os maiores operadores nesse ano.
No entanto, para o presidente da AGAP, a taxa de IVA é um entrave à expansão dos ginásios, sendo necessário reduzir a taxa, que atualmente é de 23%. Um dos argumentos que é utilizado para a defesa da redução desta taxa é o investimento na prática de exercício físico, o qual, poderá gerar uma poupança na saúde, isto é, trabalhar ao nível da prevenção da doença ao invés de investir na cura.
Na minha opinião, se há algum tempo poderia ser considerado uma moda, a verdade é que o fitness vem, de ano para ano, a conquistar cada vez mais adeptos e a demonstrar que os portugueses querem combater o sedentarismo. Além disso, doenças como a obesidade e muitas outras podem ser prevenidas através da prática de exercício. Esta é uma tendência para o futuro que vem não só melhorar o estilo de vida de cada um como criar diversas oportunidades de negócio.

Ana Cláudia da Silva Pereira

Referências:
·        Expresso;
·        Dinheiro vivo;
·        Jornal de Notícias.
 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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