No dia 25 de Julho foi aprovado em Concelho de Ministros a privatização total dos CTT. A questão que se põe é porquê privatizar os Correios de Portugal, se é uma empresa pública que apresenta resultados positivos no final de cada ano, funciona de forma eficiente e é distinguida internacionalmente em vários eventos, como, por exemplo, nos World Mail Awards 2013, considerados os óscares da indústria postal.
Os CTT são financiados através de subsidiação cruzada, ou seja, as zonas que dão lucro (as cidades grandes e mais populosas) financiam as zonas onde é mais dispendioso fazer chegar a correspondência, como as zonas do interior mais desertas. Um facto preocupante é que os privados apenas vejam interesse no negócio nas zonas mais lucrativas e “abandonem” o serviço nas zonas mais remotas do país, acabando assim com o sistema de entrega postal como o conhecemos.
A receita angariada com a privatização será utilizada para abater a dívida pública e reduzir o défice, o que é extremamente necessário nos tempos de crise em que vivemos e é uma forma de os portugueses não verem os seus rendimentos diminuídos ainda mais. Contudo, o Governo espera angariar, segundo o Jornal de Negócios, cerca de 600 milhões de euros com a venda da empresa e a dívida pública no primeiro semestre deste ano situou-se nos 214.573 milhões de euros, ou seja, os problemas económicos do país não vão ficar resolvidos.
Ao privatizar os CTT estaremos a prejudicar as gerações futuras, pois vamos deixar as empresas que dão lucro e trabalham de forma eficiente nas mãos dos privados e o Estado fica com aquilo que os privados não querem, isto é, o que dá prejuízo.
Andreia Filipa Oliveira Martins
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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