A
Chamartín Imobiliária integra um grupo internacional de média dimensão com mais
de 60 anos de experiência no sector imobiliário. Em Portugal, a sua actividade
centra-se na promoção e exploração de activos imobiliários em três áreas de
negócio: Centros Comerciais (Retail), Escritórios e Armazéns (Corporate
Solutions) e Residencial.
Essa
empresa tem 13 centros comerciais em Portugal já abertos e iria abrir o seu 14º
em Braga, em Outubro de 2011. Na infra-estrutura já construída foram investidos
153 milhões de euros, que permitiram a
construção de um edifício gigantesco à saída de Braga para Vila Verde, que,
conforme informações propaladas pelo grupo económico, teria 165 Lojas, 2.750
lugares de estacionamento e 70 mil metros quadrados (m2) de área disponível.
Dos 70 mil metros quadrados (m2), 50 mil metros quadrados (m2) estavam
destinados ao shopping e, os
restantes 20 mil metros quadrados (m2) seriam ocupados por lojas de maior
dimensão. A promotora antecipava a criação de 3300 postos de trabalho directos
e mais de 10 mil indirectos.
A
abertura deste espaço comercial já teve várias datas marcadas: inicialmente
iria abrir portas em Outubro de 2011 (de acordo com a Vida Imobiliária, de 20
de Outubro de 2010); seguiu-se, sem data precisa estimada, o ano de 2012 (de
acordo com o Diário Económico, de 25 de Novembro de 2011); e daí para cá deixou
de ter data prevista, não obstante a acima citada notícia da Vida Imobiliária
fale de abertura no ano de 2014, com um nome e um conceito comercial diferente
do previsto pelo grupo Chamartin.
Qual é
o razão ou razões dessa situação? Foi a crise económica a principal razão ou
dificuldades de comercialização dos espaços comerciais em razão da imensa
oferta comercial existente em Braga?
A crise económica /
comercialização:
A crise
económica a nível mundial teve inicio em 2007 e afectou Portugal em finais de
2008 e inicio de 2009.. Não podemos esquecer o facto de Portugal ter sido um
dos países mais efectuados pela crise económica na Europa. Isso afectou parte
de comercialização do país e fez com que muitas lojas comercias fechassem.
Essa
situação foi uma dos principais razões para que o Dolce vita de Braga viesse ter
dificuldades de comercialização dos espaços, porque os investidores não
investem e não correm o risco de fazer um investimento comercial em local em que
existem imensas ofertas.
A
existência de imensa oferta comercial na cidade de Braga foi a outra razão para que o Dolce vita não tivesse
sucesso, porque ao mesmo tempo que a Dolce vita estava ser construído o
centro comercial de Braga-Parque foi aumentado e fez grandes ofertas às grande
marcas: por exemplo, à empresa Inditex (zara) ofereceu um espaço grande sem
pagamento de renda por 2 anos, isso fez com que a Zara abrisse no Braga-Parque,
o que constitui uma grande vantagem para o centro comercial Braga-parque e um
grande desvantagem para o Dolce vita.
No
centro do cidade de Braga foi aberto o centro comercial Street fashion, que é mais um centro comercial na cidade Braga. Isso
significa mais ofertas para investidores.
Podemos
então dizer que as duas situações ajudarem a que a centro comercial de Dolce vita não pudesse abrir as suas
portas ao público. Isso teve um resultado muito negativo na empresa Chamartín
Imobiliária:
• em 2010, o valor económico gerado
pela sua actividade decresceu em cerca de 69%, o que se deveu sobretudo a
perdas em ajustamentos de propriedades;
• o valor económico distribuído pelos stakeholders decresceu em 20%, reflexo
do ligeiro aumento dos custos do capital e dos custos com o pessoal.
Milad Tabaraki
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
1 comentário:
Meu caro, a Caixa Geral de Depósitos assumiu a gestão do Dolce Vita Braga no inicio deste ano, sendo que disse ter de alterar a filosofia do espaço, em virtude de Braga estar bem servida de espaços de Centros Comerciais.
Consequentemente há que esperar e ver o que a CGD decide fazer...
Pessoalmente acho que há espaço para um 2º grande shopping em Braga, com alguma oferta diferenciadora lá dentro....
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