A efacec é sem dúvida um caso de sucesso da economia portuguesa. Hoje está presente em mais de 65 países espalhados pelo globo, tendo como objectivo duplicar a sua dimensão em 5 anos.
Começou a apostar no mercado externo, através de agentes e filiais, em 1987. Nessa altura as suas vendas para o exterior eram essencialmente de dois produtos: motores eléctricos e transformadores.
Passado 10 anos entra numa nova fase da sua internacionalização, com a constituição de joint-ventures. Aqui está uma das razões do sucesso da empresa, soube compreender que a globalização trazia uma serie de desafios. Um deles era que não podia ficar por Portugal. Nunca conseguiria ombrear com os grandes player’s mundiais, como a Siemens e a Alcatel, se ficasse enclausurada no rectângulo lusitano. Por esta altura pega no seu know-how e junta-se a parceiros locais em pontos tão distantes como a China. Esta presença em várias geografias permitiu-lhe estabelecer uma relação mais forte com os seus clientes, e ao mesmo tempo conquistar muitos outros.
É uma empresa que sempre procurou inovar especializando-se em algumas áreas com futuro como a energia, o ambiente e o negócio da logística. O segredo da efacec foi sempre trabalhar em Portugal para a excelência e inovação, e depois ter a coragem de tentar vender (e depois replicar) lá fora o que fazia aqui. Nunca teria ganho, por exemplo, o concurso do metro de Dublin se não tivesse feito o metro do Porto. Mantendo-se na vanguarda da tecnologia e apostando na criatividade a efacec hoje abre fábricas nos EUA, enviando engenheiros americanos para Portugal para aprender os seus métodos inovadores e únicos.
Embora o seu caminho tenha sido sempre pujante é injusto não ter uma palavra com a actual gestão. Esta tem sido capaz de levar a efacec ainda mais longe. Os objectivos eram e são ambiciosos, mas os números são esclarecedores. Em 2009 o volume de negócios aumenta 26%. No mercado externo este aumento situa-se nos 30%, entre 2008 e 2009 criou quase 1000 postos de trabalho, 500 qualificados e
Dr. Luís Filipe Pereira foi o presidente da efacec durante este período, e prepara-se agora para abandonar o cargo por causa da política da empresa que define que quem faz 65 anos num mandato tem de abandonar as suas funções executivas no final desse mandato. Parece-me uma política talvez desajustada, mas a verdade é que foram os donos da efacec, o Grupo Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves, que trouxeram a empresa até aqui e por isso eles, melhor que ninguém, saberão o que estão a fazer.
Por último queria relembrar que o Dr. Luís Filipe Pereira foi ministro da saúde ainda nos recentes governos PSD/CDS o que mostra que a competência ainda não está de costas viradas para a politica. E não consigo resistir à tentação de sublinhar que não saiu do ministério da saúde para nenhuma farmacêutica ou coisa parecida...
Valdemar Machado
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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