terça-feira, 5 de abril de 2011

Desemprego entre os Jovens

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa actual de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos é preocupante, superando os 22%, o que equivale a cerca de 100 mil jovens portugueses sem emprego.

Esta situação representa um grave problema para Portugal, sendo já considerado por representantes do Governo como um problema de “dimensão profunda”.

Ao analisar a evolução da taxa de desemprego, é possível verificar que no 4º trimestre de 2007 a taxa de desemprego nos jovens era de 17,9%, aumentando 5 pontos percentuais relativamente ao mesmo período do ano de 2010, que se encontrava com uma taxa de 23%. Ainda relativamente aos recentes dados, analisando por níveis de escolaridade, verifica-se que a subida da taxa é mais expressiva nos jovens que apenas completaram o ensino básico ou secundário.

Nos dias de hoje, os jovens deparam-se com dificuldades na procura de emprego, e quando surge a oferta de trabalho, verifica-se que as condições são precárias e os vínculos não renováveis (como por exemplo, os estágios).

Qual a razão deste problema? Estará em causa o valor dos jovens?

A justificação para este problema não pode ser a falta de conhecimentos dos estudantes portugueses, já que Portugal tem actualmente, entre os seus cidadãos, os jovens mais qualificados de sempre.

Será possível reverter esta situação que tanto embaraça o nosso país?

Esta problemática, tal como outras importantes da actualidade, apenas serão resolvidas quando os partidos políticos abdicarem dos seus interesses partidários e deixarem de ter como principal objectivo a vitória das suas guerras internas e fizerem o que lhes compete, ou seja, apresentarem soluções credíveis e realizáveis aos jovens portugueses.

Acredito que com mais incentivos fiscais para as empresas e com o aumento dos benefícios para as iniciativas inovadoras (que não faltam, apenas não têm um meio rentável e eficaz para se darem a conhecer), poderão surgir soluções benéficas para o combate do desemprego que impera em Portugal.

Por conseguinte, resta-nos a esperança de que os nossos governantes percebam e se empenhem, com plena consciência, de que o futuro do nosso país passa pelos nossos jovens e que, por isso, o investimento e a confiança nos mesmos deveriam ser uma prioridade.

Contudo, o desafio actual de cada jovem passa por ir ao encontro das suas próprias oportunidades com uma atitude pró-activa. A recente manifestação da “Geração à Rasca” deveria ser substituída pela “Geração Desenrasca”, que em vez de ficar à espera de novas oportunidades, parte à conquista das mesmas.

Com a entrada de Portugal na União Europeia, deixámos de ser uma comunidade de 10 milhões para sermos uma comunidade de 500 milhões, tendo os jovens uma excelente oportunidade, pois, agora “mais portas se abriram”.

Atendendo às “limitações” que em Portugal são uma realidade viva, temos e devemos procurar soluções alternativas e confiar nesta geração que para além de “desenrascada” será aquela que construirá um país mais competitivo, com o objectivo de devolver ao nosso país o valor que já em tempos remotos, mas áureos, nos foi merecidamente reconhecido.


Nuno Alves

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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