quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

As Lojas do Futuro

As lojas do futuro não vão ter caixas registadoras nem filas para pagar. Não vai haver corredores nem produtos dispostos em grandes prateleiras. Segundo João Günther Amaral, diretor de desenvolvimento e inovação da Sonae, vamos poder abrir o frigorífico, tirar o último iogurte, digitalizá-lo e acrescentá-lo à lista de compras. Isto é consequência da crescente exigência por parte do consumidor do futuro. O novo consumidor é mais exigente, mais proactivo, mais dinâmico. Este tipo de consumidor é denominado de “future shaper”. Estes “future shapers” são uma nova “gama” de consumidores inteligentes e ativos - “novo consumismo”- contrapondo-se ao comprador passivo e ingénuo de hoje - velho consumismo. Os consumidores do futuro são perfeccionistas, ou seja, não se satisfazem com a primeira opção, valorizam tudo o que é inovador, tudo para os tornar agentes com uma personalidade diferenciadora.
Nos próximos 20 anos vamos assistir a grandes alterações, desde as características da oferta e do ponto de venda (lojas) às tecnologias e formas de pagamento.
Daqui a alguns tempos vamos poder fazer o pagamento das nossas compras através de um iPad. A forma como fazer uma lista de compras vai ser completamente diferente: as pessoas vão poder usar o seu smartphone para anotar o que necessitam de comprar, podem criar uma lista pré-definida e quando forem ao supermercado até vão poder consultar as promoções existentes nessa superfície comercial, assim como beneficiar de uma aplicação (um mapa) que os guia até aos produtos que querem comprar. Também vamos poder, através do telemóvel, ler os códigos de barras dos produtos e conhecer o seu percurso, desde a sua produção até à distribuição. E isto vai acontecer já em 2014, com a introdução do Data BAR em Portugal.
Na minha opinião, a mudança e a ideia de tecnologia, cada vez mais enraizada na nossa sociedade, é algo positivo, pois faz com que haja desenvolvimento económico e com que a própria sociedade não fique “parada” no tempo. Porém, o país ainda está longe de se adaptar à nova realidade, aos novos tempos. Ainda há muitas pessoas que, devido à sua vivência, aos seus costumes, não estão a par das novas tecnologias. E por isso mesmo, esta ideia de “loja do futuro” vai ter de ser construída lentamente, de forma a que as pessoas se consigam adaptar à nova realidade e encarem bem a mudança. Para provar isto, vejamos os factos: apenas 360 mil portugueses, ou seja, apenas 4.6% do total de residentes em Portugal possuem um smartphone. Isto significa, entre outras coisas, que ainda há muita gente que não sente necessidade de ter um dispositivo destes, ou seja, que não se sente mais satisfeito só por possuir um smartphone (isto, sem fazer referência aos efeitos que a crise pode ter neste aspeto, ou seja, ao fato de as pessoas atualmente comprarem o que lhes faz realmente falta).
Conclui-se que Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer para se igualar, ou pelo menos chegar perto de grandes economias que privilegiam a tecnologia, tais como a Alemanha, onde já funcionam os “supermercados do futuro”. Uma loja do grupo alemão Metro já está totalmente integrada com tecnologia RFID, PDAs, carrinhos e balanças inteligentes e máquinas que fazem o check out dos clientes.

Mónica Filipa Correia Amaral   
        
Bibliografia:

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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