segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um novo rumo na agricultura!

O setor agrícola perdeu peso na economia portuguesa à medida que esta se foi desenvolvendo e aumentando a sua competitividade. Contudo, no atual contexto de crise económica e perante a situação do mercado de trabalho, têm-se registado um aumento considerável das candidaturas para ingressar neste sector, dado que, apenas entre 1 de Julho de 2011 e o fim de Julho de 2012 deram entrada 2478 candidaturas, instalando-se em média 240 jovens por mês, segundo Assunção Cristas (ministra da agricultura, mar, ambiente e ordenamento do território).
Apesar deste pequeno aumento, o setor agrícola de hoje não tem nada a ver com o setor agrícola de outrora, uma vez que existe o estigma que a agricultura não trás riqueza. Relativamente a este tópico, o nosso atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, referiu que “é necessário ultrapassar o estigma” que afastou Portugal deste setor e que “numa altura em que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria, com vista a produzirmos, em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos”. Eu concordo com o pronunciado, uma vez que foram as nossas origens que nos permitiram chegar onde chegamos hoje. Na atualidade, a percentagem de agricultores é muito menor e, além disso, Portugal está em recessão. Em 2011 o setor agrícola representava cerca de 8% das empresas, 9% do número de pessoas ao serviço e 13% do volume de negócios do setor institucional das Sociedades não Financeiras (SNF). Ora, daqui podemos retirar que o setor agrícola pode ser um bom apoio para conseguirmos melhorar a nossa situação económica, uma vez que se investirmos neste setor iremos conseguir aumentar a competitividade do país.
 Também a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) defende que o investimento na agricultura é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a pobreza e a fome, assim como Assunção Cristas, que afirmou que no setor da agricultura não falta emprego, mas pessoas para trabalhar. Sublinhou ainda que é preciso contrariar a ideia de que trabalhar no setor da agricultura é uma vida de dificuldades e passar a mensagem de que as pessoas podem ganhar dinheiro e enriquecer.
O caminho para incentivar o retorno a este setor passa por arranjar verbas, através de fundos comunitários, e terra para cultivar, de maneira a produzir mais, aumentando o consumo interno e as exportações. Vale a pena investir nos produtos com uma maior procura por parte dos países para os quais mais exportamos.
Por fim, acredito que cada vez mais pessoas se estão a aperceber de que a agricultura não é para os pobres e que ao investirem na agricultura e em novas tecnologias podem conseguir melhorar o seu futuro. Para além disto, ao investir neste setor também conseguimos reduzir a dependência ao exterior e aumentar as exportações (que por sua vez faz aumentar a competitividade do país). Concluindo, a ingressão dos jovens na agricultura é essencial para conseguirmos melhorar a situação dos portugueses (reduzindo a fome e a pobreza), mas também é essencial para ajudar a melhorar a situação económica do país.

Flávia Sofia Almeida da Silva

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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