segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A importância das instituições de solidariedade

Entre 2008 e 2013 deu-se um aumento da insolvência das famílias em 1490%, e cerca de 47% dos desempregados procuram emprego há mais de 2 anos (segundo dados de 2016, do Eurostat). Com o início desta crise, os portugueses viram a sua qualidade de vida e bem-estar diminuir drasticamente, sendo que o risco de pobreza e/ou exclusão social atingiu os 27,5%.
Visto isto, as instituições de solidariedade foram, para muitas famílias, um porto de abrigo durante os anos mais difíceis. O aumento de solicitações de apoio é uma realidade e um desafio à sociedade civil e à economia social, pois estas instituições assumem que tiveram um aumento de 39,9% no número de beneficiários, apesar de apresentarem um decréscimo acentuado no rendimento global. Para dar respostas a este aumento de procura de ajuda, estas tiveram que aumentar o número de funcionários e também o número de voluntários em cerca de 41% e 23.4%, respetivamente.  
Nesta época natalícia o Banco alimentar é das instituições que mais combate a desigualdade social. Esta instituição tem vindo ao longo dos anos a aumentar o número de pessoas assistidas, sendo que em 2015 conseguiu dar assistência alimentar a cerca de 437 mil pessoas. Mais atrás fica a AMI e a Cáritas. A Cáritas também tem vindo a aumentar o número de atendimentos por diocese (famílias), atingindo cerca 67 mil famílias em 2015. Já a AMI atingiu o seu maior número de pessoas que recorreram ao apoio social direto em 2013.
Existe também uma instituição chamada GEPE (Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego). Esta, está orientada para a reinserção laboral dos desempregados, e tem como objetivos principais a procura ativa de emprego, alargamento de redes de contacto, apoio social, melhoria de competências e apoio psicológico ao desempregado. Apesar de ainda não ser uma instituição muito conhecida, entre 2013 e 2015 criou 176 Grupos GEPE, concretizou 91 parcerias, e 790 dos participantes desta instituição encontraram emprego entre as datas acima mencionadas.
Apesar da crise que sofremos, o Estado, em 2011, apresentou o Programa de Emergência Social (PES), em que lançou várias medidas destinadas às famílias, idosos, pessoas com deficiência, voluntários e instituições. Além de celebrar vários protocolos de cooperação com as IPSS, o PES garantiu a majoração em 10% do subsídio de desemprego para casais com filhos, a criação de um mercado social de arrendamento para famílias excluídas da habitação social e de uma tarifa social de transporte, gás e eletricidade, entre outras medidas.
Em suma, devido à crise, as instituições de solidariedade social estão cada vez mais preocupados com as desigualdades sociais. Para termos uma noção de como os portugueses e estas estruturas viveram a crise anote-se que 2012 (ano em que ainda estávamos em plena crise económica) foi o ano em que os portugueses mais doaram: cerca de 13,1 milhões de euros.

Catarina Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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