terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O desemprego em Portugal

O Desemprego é uma situação de inatividade forçada da mão-de-obra ativa que, embora tenha capacidade para o exercício de uma profissão remunerada, não tem possibilidade, no momento, de a exercer.
O desemprego é explicado por causas estruturais e conjunturais. Há vários tipos de desemprego, tais como, tecnológico, cíclico, friccional, de longa duração, sazonal, voluntário e jovem.
As situações de desemprego, em especial com taxas elevadas, têm efeitos negativos na economia, nomeadamente: encargos para a segurança social; subida de preços; exploração de trabalhadores; e mercado negro do trabalho.
A União Europeia tem defendido uma política de emprego preventiva que deve assentar na empregabilidade dos candidatos ao emprego, na igualdade de oportunidades para todos, adaptabilidade das empresas e dos trabalhadores às inovações tecnológicas e estímulo do espírito empresarial.
Em muitos países, incluindo Portugal, têm sido tomadas medidas que procuram incentivar a empregabilidade e ao mesmo tempo reduzam o desemprego, nomeadamente: a realização de cursos para desempregados; incentivos à criação do próprio emprego; fomento da formação profissional para jovens.
Pela sua dimensão económica e social, o combate ao desemprego é uma das prioridades de qualquer governo.
O desemprego está a descer em praticamente toda a Europa, com os 28 Estados-membros a reduzirem o peso do número de pessoas à procura de trabalho, mas os dados divulgados recentemente pelo Eurostat revelam que em Portugal a descida homóloga está a ser mais acentuada, tanto em termos de taxa de desemprego, como em número de desempregados. Ainda assim, Portugal era em Julho o sexto país da União Europeia com a taxa mais elevada.
O desemprego na zona euro recuou para 10,2% em Abril, o valor mais baixo desde Agosto de 2011, e caiu para 8,7% na União Europeia, a menor taxa desde Abril de 2009. Desde 2009 que o desemprego em Portugal não divergia tão pouco da média europeia.
Em janeiro de 2013, quando a taxa de desemprego atingiu um máximo histórico de 17,4%, Portugal nunca viu a Europa tão longe no que diz respeito à saúde do mercado laboral – a diferença face à taxa de desemprego da Zona Euro foi de 5,4 pontos.
O Eurostat mostra que no último ano a taxa de desemprego desceu em 24 Estados-membros, dos 28 analisados. As maiores descidas foram registadas no Chipre, na Croácia e em Espanha. Neste momento, a Grécia e a Espanha continuam sendo os países com as taxas de desemprego mais elevadas (23,5% no caso da Grécia), enquanto que as menores taxas se verificam na Alemanha e na República Checa.
Em Julho a taxa de desemprego jovem em Portugal situava-se nos 26,3%, o que representava o quarto maior valor da UE, ultrapassado unicamente pela Grécia, Espanha e Itália. Os dados do INE mostram que o número de desempregados entre os 15 e os 24 anos está ao nível mais baixo em quinze anos, ou seja tem estado ligeiramente a cair desde 2012, o que é parcialmente explicado pela emigração e por uma ligeira criação de emprego.
Esta evolução também resultou da redução do desemprego de longa duração, visto que o mesmo afeta dois terços do total de desempregados.
É sobretudo o sector dos serviços que explica a criação de emprego, quer em termos trimestrais quer em termos homólogos. As classificações "transportes e armazenagem e atividades de comunicação" e as atividades financeiras e de seguros registam taxas homólogas de dois dígitos.
Com a economia a crescer aquém do esperado, a evolução favorável do desemprego tem apanhado todos de surpresa.

Edilson Gonga Mateus

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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