sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sistema de pensões em Portugal

Portugal, apesar de ser um país desenvolvido, é um país onde 60% da população está acima dos 65 anos, e isso faz com que tenham poucas pessoas a constituírem a população ativa face aos reformados. A idade mínima de reforma é aos 66 anos e 2 meses, quer no sector privado quer para os funcionários públicos.  E desde há uns tempos tem havido muito fluxo migratória, ou seja, uma parte da população ativa prefere sair do país e permanecer no estrangeiro.
A situação é mais delicada quando se trata de trabalhadores mais jovens, em que o nível de desemprego é mais elevado, e por sua vez receberão pensões mais baixas quando se reformarem. Dada a diminuição na poupança das famílias e no investimento que tem verificado, isso tem agravado assim o equilíbrio do sistema público de pensões.
Partindo de 2010, em que as despesas públicas aumentaram para 51% do PIB, este aumento é explicado pelo crescimento nas prestações de serviços (sendo que as pensões representam 2/3 dessas prestações), que em 1999 eram de 13%, passando para 23% em 2013. Num período em que a economia esteve estagnada, e o aumento na despesa foi financiado através da dívida pública.
Em média, o maior nível de poupança está na faixa etária dos 45 á 64 anos. Porém, esta faixa etária é onde está concentrada também o número de famílias mais ricas. Trabalhadores que dispõem de planos de poupança complementar estão compreendidos em 5,5%, e por iniciativa das empresas. Em matéria de planos para a reforma, apenas 3,3% o fazem. O total da despesa pública é correspondida apenas com 1,8% das pensões pagas pela poupança para a reforma privada.
As causas da queda da poupança estão mais ligadas às expectativas em relação à evolução do rendimento, desenvolvimento do sistema financeiro, endividamento do Estado, etc.
As desigualdade no valor das pensões são muito grande, e também verificamos essa desigualdade por distritos. Assim, a nível de pensões médias (para 2009), o valor varia entre 505,67€ em Lisboa, 273,13€ em Bragança, 287,48€ em Vila Real,  297€ em Viseu e Viana do Castelo, de 306,75€ em Castelo Branco, 312,28€ em Beja,  334,93€ e de 352,59€ nas respetivas regiões autónomas dos Açores e Madeira, atingindo 459,18€ em Setúbal. 
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que os gastos com as pensões em Portugal continuem a aumentar e atinjam os 14,6% do PIB em 2020. As projeções da organização revelam que o peso das pensões no PIB deverá continuar a subir e atingir o pico de 15% do PIB em 2030, permanecendo acima dos 13% até 2060, com o país a continuar a gastar mais com as pensões, face à média dos países da organização.
O cálculo da pensão de reforma ou pensão de velhice, como é denominada pela segurança nacional, está compreendido pela remuneração de referências, a taxa global de formação de reformas e o fator de sustentabilidade.
 
Pensão = Remuneração de referência x Taxa global de formação x Fator de sustentabilidade 
 
No BPI, os Inscritos na Segurança Social até 31.01.2001, a pensão é calculada de modo proporcional, atendendo aos períodos contributivos correspondentes ao método antigo e ao método novo.
Deveria existir um plano de encorajamento para as pessoas pouparem para as suas reformas. Visto que as gerações futuras estão comprometidas pelo facto da menor capacidade económica, e dos menos ativos para suportarem as numerosas e onerosas pensões. Quanto maior for o tempo que o trabalhador se mantiver no mercado e mais contribuições fizer na sua conta individual e melhor for o desempenho da economia, maior será o capital acumulado e, consequentemente, maior será a sua pensão.

Valcileia Katila Gonçalves António

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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