quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A Evolução do Desemprego em Portugal

         A taxa natural de desemprego é a taxa para a qual uma economia tende no longo prazo, a qual oscila no curto e no médio prazos consoante a conjuntura atrevessada pela economia. O desemprego é um problema macroeconómico que afeta a população de uma forma muito direta uma vez que a perda de um emprego significa um padrão de vida mais reduzido. Os economistas estudam o desemprego com o objetivo de identificar as suas causas e ajudar a aperfeiçoar as políticas públicas que afetam os desempregados. Essas políticas têm em vista, principalmente, a recolocação dos desempregados e a amenização das dificuldades monetárias que possam surgir
Portanto, analisando a evolução da taxa de desemprego em Portugal ao longo dos últimos anos, podemos tirar várias conclusões, comparando Portugal com outros países da União Europeia.
A taxa de desemprego em Portugal foi uma das mais baixas entre alguns países, como a França, Espanha, Reino Unido, Grécia e Alemanha, até ao ano de 2002. A partir deste ano houve um crescimento generalizado das taxas de desemprego, sendo que no ano de 2007 Portugal registava uma taxa de desemprego superior à da União Europeia. Em 2008, todos os países viram as suas taxas de desemprego aumentarem significativamente, uma vez que coincidiu com a crise económica que teve início nesse mesmo ano. De todos os países, apenas a Alemanha registou uma diminuição desta taxa, neste momento de crise. No ano de 2013, existiram picos bastante elevados em todos os países, exceto a Alemanha, nomeadamente na Grécia, com cerca de 28% e na Espanha com 26%. A partir deste ano, de forma geral, houve uma diminuição do desemprego, coincidente com o alívio da crise vivida.
Esta análise serviu, mais uma vez, para provar a importância de se tentar alcançar taxas de desemprego mais baixas. Portugal é um dos países da União Europeia que regista uma taxa de desemprego elevada, sendo apenas ultrapassado por países como a Espanha ou a Grécia. Do meu ponto de vista, isto continua a acontecer devido à dificuldade que os recém-licenciados encontram em ingressar num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, e, claramente, devido à crise que ainda estamos a tentar ultrapassar e a recuperar tudo o que perdemos nos anos mais críticos.
 Entre julho e setembro do corrente ano, a taxa de desemprego em Portugal situou-se em 8,5% e o emprego atingiu o nível mais elevado desde o final do ano de 2010. Esta descida do desemprego foi superior à estimada pelo Montepio (cerca de 8,6%). Assim, a previsão para a média de 2017 está agora em 9%, enquanto que a estimativa para 2018 situa-se nos 8,2%. Esta estimativa ficou no mesmo patamar que a previsão do Banco de Portugal, mas inferior ao previsto pelo Governo (8,6%) e pelo FMI (9%). Assim, as previsões para 2018 mantêm Portugal nesta trajetória, com taxas de desemprego cada vez mais baixas, rumo a uma economia melhor.

Maria Inês Dias Pinto

·        http://www.pordata.pt/
·        http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/montepio-desemprego-desce-para-9-este-ano-e-82-em-2018
·        http://www.dnoticias.pt/pais/portugal-e-sexto-na-lista-dos-paises-com-mais-desemprego-XB2344624

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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