segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Inteligência Artificial: poderemos ser substituídos pela tecnologia?

       Num mundo em constante mudança, determinados momentos marcaram a evolução e o crescimento tecnológico para chegar à realidade que atualmente conhecemos. De extrema importância nesse processo foram, na minha opinião, as revoluções industriais. A primeira deu-se no século XVIII, com a transição de diversos processos de produção, que passaram a ser realizados com recurso a máquinas em vez de métodos artesanais.
         Atualmente, estamos a passar pela quarta revolução industrial, a Inteligência Artificial (IA). Define-se como IA o ramo da ciência da computação responsável pela elaboração de dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas. Em suma, a IA não é mais do que uma forma de inteligência similar à humana exibida por mecanismos de software.
         Os chatbots de aplicações, como o Messenger do Facebook, os robôs que ajudam nos aeroportos, as máquinas que permitem encomendar ou receber comida nos restaurantes sem a interação com humanos ou os carros que se conduzem sozinhos, tudo isto são exemplos de Inteligência Artificial. Apesar de todos as consequências positivas que este avanço tecnológico, a meu ver, traz, quais serão os impactos de longo prazo no mercado de trabalho? De acordo com uma previsão do Fórum Económico Mundial, a IA será responsável pelo desaparecimento de cinco milhões de postos de trabalho até 2020, num grupo de 15 países desenvolvidos e emergentes. Contudo, um estudo da consultora Gartner, Predicts 2018:AI and the Future of Work, conclui que a IA irá criar mais empregos do que aqueles que destruirá no médio prazo, tendo, nesta perspetiva, efeitos mais positivos no mercado de trabalho do que negativos.
         Na minha opinião, é fácil perceber quais as vantagens associadas à IA, na medida em que podem tornar os processos de produção e automação, especialmente se forem repetitivos, mais rápidos e eficientes, bem como menos propensos ao erro. Podem, também, se usados para isso, ser instrumentos de auxílio ao ser humano em vez de substituição direta, possibilitando, desta forma, a especialização dos humanos onde estes são realmente necessários. Tomemos como exemplo uma loja. Enquanto que empregos de caixa podem ser facilmente substituídos, com os vendedores isso não acontecerá com tanta facilidade, uma vez que muitas pessoas preferem o contacto humano no atendimento.
         Porém, nem tudo é positivo. Para além da perda de milhões de postos de trabalho (de acordo com o Fórum Económico Mundial), a IA pode, a meu ver, ter também um impacto negativo ao nível dos relacionamentos das pessoas e na forma como estas interagem com a sociedade. Estas consequências são imprevisíveis, uma vez que ainda não se sabe ao certo de que forma a IA irá interferir neste aspeto da vida das pessoas. O risco de superação da inteligência humana também é um fator preocupante relativamente à IA, dado que, nessa circunstância, a incerteza é grande. Stephen Hawking defende, desde há algum tempo, que a IA pode mesmo acabar com a humanidade da forma que a conhecemos.
         Assim, penso que a inteligência artificial é uma ferramenta que, se usada da melhor forma, pode ter um impacto positivo de grandes dimensões na economia, uma vez que pode ser a grande responsável pelo aumento da produtividade das empresas. Contudo, pode levar a consideráveis perdas de postos de trabalho, o que pode ter consequências nefastas no mercado de trabalho.

Liliana Gestosa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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