domingo, 17 de dezembro de 2017

A indústria do calçado em Portugal

            Ao longo dos últimos anos, as notícias acerca da expansão do setor do calçado em Portugal são um tema recorrente. A indústria do calçado tem vindo a apresentar um forte desenvolvimento nas últimas décadas, sendo este resultado da integração de Portugal no espaço europeu e o consequente acesso a um mercado maior.
         Segundo a APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos), no ano de 2016, a produção de pares de calçado foi de 82 milhões, sendo que esta produção foi possível com um conjunto de 39 mil trabalhadores. O calçado produzido em couro, tanto para homem como para mulher, representou dois terços da produção de pares. Ainda neste ano, a produção de pares de calçado aumentou 4, correspondendo ao valor mais elevado obtido durante a última década.
         Em Portugal, o calçado em couro representa 90% das exportações de calçado, tendo como principais países de destino França, Alemanha, Espanha, Holanda e Reino Unido. Por outro lado, as importações relacionadas com o calçado centram-se, sobretudo, em materiais têxteis e plásticos, cujos principais parceiros são a Espanha e a China. A APICCAPS afirma também que, em 2016, o consumo de calçado em Portugal aumentou e atingiu o seu máximo, sendo este de 57 milhões de pares. 
         Relativamente ao emprego e produção na indústria do calçado, segundo a APICCAPS, estes dois componentes estão diretamente relacionados, isto porque quando se regista um aumento no emprego regista-se um aumento na produção, e vice-versa.  
         Apesar desta evolução positiva do setor do calçado,m há que realçar que a Ásia é uma forte concorrente, uma vez que é responsável por 87% da produção, sendo que só a China é responsável por 60% da mesma.
         Após terem sido expostos vários dados acerca da indústria do calçado, é importante ainda referir que nos últimos tempos este setor tem sido alvo de várias notícias, sendo que as mais recentes mencionam o facto desta ser “a indústria mais sexy da europa”. Esta notícia confirma aquilo que se pode encontrar no sítio da APICCAPS. Segundo esta associação, esta é a indústria mais sexy da Europa, uma vez que o calçado português é moderno, jovem, sexy e consegue combinar a tradição com as tecnologias de ponta e o “know-how” com o melhor design.
         Assim sendo, é de destacar que o presidente da APICCAPS, o empresário e designer Luís Onofre, afirma que a indústria do calçado precisa de pessoas jovens e que é necessário mostrar aos mais novos que a indústria se renovou e que tem uma visão mais direcionada para o futuro.
         Posto isto, é de salientar que a APICCAPS tem direcionado a sua estratégia para o mercado internacional e, por isso, apostado em programas de apoio à participação em feiras e na formação do capital humano que tem disponível. Ou seja, tem-se focado em trabalhadores com melhores e mais capacidades. O número de trabalhadores qualificados aumentos de 28% para 57%.
A meu ver, é necessário que se continue a apostar na indústria do calçado, sendo também fundamental que a APICCAPS continue a promover a participação das empresas portuguesas em feiras, como meio de dar a conhecer os produtos nacionais. Estas medidas aliadas à formação contínua dos trabalhadores são pontos fulcrais não só para atingir a meta da “formação ao longo da vida”, mas também porque só assim conseguiremos acompanhar o mercado internacional e, desta forma, chegar ao topo.

Ana Carolina da Silva Ferreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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