segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Natalidade em Portugal: “Este país não é para bebés!”

        A natalidade é o número de nascimentos ocorrentes numa determinada população e em dada data. A taxa de natalidade pode ser usada como indicador de fecundidade, sendo expressa pela proporção entre o número de nascimentos ocorridos num ano e o número efetivo da população, normalmente em permilagem.
         Em Portugal, temos uma diminuição notória neste índice nos últimos anos, começando a ser um grande problema. Como se vê no gráfico acima, repara-se que este número sempre se revela numa queda geral, desde 1960. Portugal foi considerado o país com a segunda taxa de natalidade mais baixa da UE, sendo esta igual a 8,4%o, o que nos indica que em 2016 nasceram cerca de 87 mil bebés.
         A realidade que enfrentamos agora é a maior frequência de casais com apenas um filho. Apesar de tal se verificar cada vez mais em outros países, esta verdade alcança níveis extremos e preocupantes na nação Lusitana.
Também a maternidade tardia começa a preocupar neste país. Isto é, cada vez mais notamos que as mulheres esperam mais e mais para ter o primeiro filho. Este atraso tende a dificultar uma segunda gravidez. Como se consegue verificar neste último gráfico, as mulheres portuguesas têm o seu primeiro filho com cerca de 30 anos, número que em dez anos sofreu um aumento de 2,1 anos, isto é, em 2006 as mulheres tinham o primeiro filho com mais ou menos 28 anos.
         Podemos afirmar que estes números de devem à crise económica que se sente em Portugal, adicionando-se a perda de capacidade do nosso país para atrair imigrantes e reter os jovens portugueses recém-licenciados como causas deste fenómeno.
Tendo em conta que estamos num dos países em que os casais têm menos filhos por mulher quer da União Europeia quer do mundo, devemos perguntar-nos se as condições existentes, como apoios e ajudas, são agradáveis para ter efetivamente o número de filhos desejados. Não acredito que esta pergunta tenha uma resposta positiva. Creio na necessidade urgente de aumentar os incentivos à natalidade. Sendo que isto pode até trazer instabilidade ao sistema social português num futuro próximo.
O que é certo é que a taxa bruta de natalidade tem vindo a aumentar desde 2014, mostrando um aumento na confiança dos Portugueses. Assim, a meu ver, é fundamental contrariar esta tendência, e evitar a inversão da pirâmide demográfica, para assegurar a sustentabilidade da sociedade portuguesa, e dar aos portugueses motivos para confiar no sistema.

Jéssica Costa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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