Os
carros elétricos são um tema muito atual, tanto a nível do nosso país como a
nível mundial, pois estes podem ser vistos como uma solução necessária para a
população, uma vez que todos os cidadãos beneficiariam com a consequente
diminuição drástica da poluição do ar. Os veículos elétricos diferenciam-se dos veículos usuais
pelo facto de utilizarem um sistema de propulsão elétrica e não a solução comum
de motor de combustão interna. Deste modo, os primeiros não emitem ruído nem poluem
o ambiente. Atentos a esta realidade, os
grandes fabricantes de automóveis têm desenvolvido diversas tecnologias
alternativas, permitindo disponibilizar no mercado cada vez mais automóveis
elétricos.
Em
Portugal, foram vendidos quase mil carros elétricos até ao final de agosto
deste ano, tendo sido atingida a quota de apoio do Fundo Ambiental em apenas
oito meses, pelo que, do meu ponto de vista, talvez seja necessário aumentar o valor desta
mesma quota de apoio para o próximo ano. Na verdade, 2017 marca a
diferença no mercado nacional destes automóveis, que passam a ter um volume
anual de vendas muito significativo e sem precedentes. Entre os anos de 2010 e
2017, verificou-se a venda de 2319
veículos elétricos ligeiros em Portugal e até julho deste corrente ano o número
já ascendia os 921 carros, o que corresponde a mais 129,7% do que nos primeiros
sete meses do ano de 2016. O mercado português de veículos elétricos começa, assim,
a ter uma manifestação significativa, o que demostra que a sociedade poderá estar
cada vez mais alertada e preocupada com o ambiente e as suas possíveis
soluções.
Também a
indústria de automóveis aposta em maior escala na produção de veículos
automóveis elétricos. Deste modo, prevê-se que, entre 2025 e 2030, os carros
elétricos tornem-se mais competitivos face aos de combustão interna,
correspondendo a 54% das vendas de novos carros até 2040. Na minha opinião, a
principal razão poderá derivar da queda acelerada do preço dos carros elétricos,
estimulada pela descida do preço das suas baterias. Assim sendo, será mais
fácil combater as alterações climáticas com uso maioritariamente de carros
elétricos.
A
meu ver, é possível salientar alguns obstáculos que impedem o aumento da venda
de viaturas deste tipo, nomeadamente: a falta de incentivos e de mais informação
útil para os futuros compradores, assim como as limitações de autonomia que ainda
existem.
Relativamente
aos incentivos, já há alguma preocupação de melhoramento dos mesmos, pois no
próximo ano haverá apoio para quem comprar um automóvel elétrico, uma vez que receberá
um cheque de 2250 euros. Porém, este apoio poderá não chegar a todos, na medida
em que neste corrente ano o incentivo limitou-se apenas às primeiras mil
unidades vendidas (limite este que foi atingido no final de agosto), assim como
a isenção do imposto único de circulação (IUC) e o facto de os
consumidores poderem ser remunerados pelo abate ou entrega do seu veículo
antigo.
Uma outra
forma de incentivo seria criar uma nova taxa para os veículos movidos a
combustíveis fósseis. No que concerne às empresas, há a possibilidade de isenção
na tributação autónoma e da dedução do imposto sobre o valor acrescentado (IVA),
o que poderá levar a que Portugal acompanhe o crescimento das vendas destes
automóveis que já se verifica a nível europeu.
Efetivamente,
estas medidas podem ajudar nas escolhas dos portugueses face aos automóveis
elétricos. Também os governos dos vários países estão a incentivar
cidadãos e construtoras automóveis a trocar os motores de combustão por motores
elétricos, de forma a conseguirem cumprir as suas metas para a redução da
emissão dos gases de efeito de estufa e da poluição nas cidades.
A mudança para
o carro elétrico tem sido acelerada por fatores ambientais e pelo
desenvolvimento da tecnologia de mobilidade autónoma e de energia renovável. No
entanto, a nível de consumo de energia, importará ser crescentemente eficiente,
pelo que os carros elétricos terão de consumir muito menos para conseguir
percorrer a mesma distância que os modelos que usam combustíveis fósseis. Isto implica
que, se a
energia elétrica for proveniente de fontes renováveis, o impacto em termos de
emissões de gases de efeito de estufa, considerando o ciclo de vida dos
automóveis elétricos, será seis vezes e meia menor em comparação com os
veículos comuns.
Concluindo,
os carros elétricos já são uma mais-valia no combate à poluição e consequentes
alterações climáticas prejudiciais para toda a sociedade. De facto, com os
incentivos existentes, verificou-se um aumento muito significativo das vendas
destes automóveis a nível nacional, prevendo-se que este aumento seja
progressivo para os próximos anos.
Inês Isabel
Carvalho Garcia Pinto Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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