domingo, 21 de dezembro de 2014

Preços do petróleo batem em mínimos de cinco anos

Os preços do petróleo negociado em Londres (Brent) e nos Estados Unidos (West Texas Intermediate - WTI) estão nos valores mais baixos dos últimos cinco anos, devido à expectativa criada pela possibilidade de os grandes investidores se desfazerem das suas posições. O petróleo Brent para entrega em janeiro estava a desvalorizar 3,5% para 66,65 dólares por barril, depois de ter testado um novo mínimo desde outubro de 2009, nos 66,53 dólares por barril, e contrastando com os 115 dólares, em junho do mesmo ano. Já em Nova Iorque, os futuros do WTI para entrega no primeiro mês de 2015 seguiam a negociar nos 63,73 dólares por barril, uma queda de 3,2%, depois de terem tocado no valor mais baixo desde julho de 2009, o qual foi de 63,63 dólares por barril. 
Tom Finlon, diretor da Energy Analytics Group, em entrevista à Bloomberg, um dos principais provedores mundiais de informação para o mercado financeiro, antecipou mesmo que "novos mínimos vão ser testados", realçando que o "mercado é volátil, pelo que são normais movimentos acentuados", quer nas descidas, quer nas subidas dos preços do "ouro negro". Outro fator que tem contribuído para esta íngreme descida dos preços são os sinais que apontam para um recuo da procura a nível mundial, o que já levou os grandes bancos de investimento, como o Morgan Stanley, o BNP Paribas e o Barclays a reverem em baixa as suas previsões de preços. 
No relatório mensal divulgado quarta-feira 10 de Dezembro, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em baixa para 28,9 milhões de barris por dia a procura de petróleo em 2015, a par do cartel do petróleo, que também reviu em baixa as previsões de consumo em 70 mil barris por dia, uma redução de 0,07% em relação a 2014. No entanto, a alta carga fiscal sobre os produtos petrolíferos está a impedir que os consumidores beneficiem da queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais. 
Em suma, a alta especulação em torno dos preços do petróleo tem diminuído o preço do barril, tendo este então atingido os valores mais baixos desde 2009 mas, para nós, consumidores, essa diminuição não tem transparecido com igual intensidade nos preços de venda pois continua a haver grande intervenção fiscal, que se sobrepõe aos movimentos dos mercados.

Rafaela Maia

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

Sem comentários: