segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Impacte do Turismo em Portugal

O turismo é o principal impulsionador da economia portuguesa, tendo vindo a crescer substancialmente nos últimos anos e em todas as regiões do território nacional.
Segundo o Observador, até junho deste ano o número de turistas cresceu mais de 6% e as receitas 7% face ao mesmo período do ano passado, sendo em 2019 esperados mais de 24 milhões de visitantes. Portugal está projetado no mundo, tendo já conquistado novos mercados como os EUA, o Canadá e o Brasil.
A partir da crise financeira internacional, as pessoas começaram a ver no turismo não só uma forma de lazer, mas cada vez mais uma oportunidade de negócio e, desse modo, decidiram dedicar-se totalmente a esta atividade, o que permitiu divulgar e dinamizar o território português, contribuindo para o rápido crescimento e recuperação da economia, bem como para o equilíbrio da balança comercial de Portugal.
O desenvolvimento das cidades, nomeadamente das áreas metropolitanas, implicaria melhores condições ao nível dos transportes, da segurança e do ambiente. Contudo, não é isso que se verifica, tendo a evolução do setor turístico provocado alterações na morfologia das cidades. Observa-se então a presença de exaustão em Lisboa e no Porto e, com o aumento do número de visitantes, regista-se uma elevação no preço dos bens e serviços, assim como no congestionamento do trânsito, na poluição e na falta de zonas verdes.
Na minha opinião, o objetivo atual consiste na construção de mais espaços destinados ao acolhimento dos turistas, em particular, através da utilização dos prédios rústicos, e ao comércio moderno, em vez de oferecerem apoio a quem comercializa ainda por via tradicional, uma vez que isso é que constitui a essência de uma cidade.
Uma das possíveis soluções é colocar o aeroporto de Beja como complemento ao aeroporto Humberto Delgado, o que possibilita a diminuição da sobrecarga deste e contribui para a dinamização do interior. Assim, as pessoas, em vez de se deslocarem imediatamente para a azáfama de Lisboa, são convidadas a usufruírem da natureza do Alentejo. Para isso, é necessário preparar a receção dos turistas, o que penso que neste momento a região Alentejana não está apta a fazer, bem como as infraestruturas que a ligam à capital. Desta forma, o que inicialmente aparenta ser uma alternativa viável, constitui um entrave ao desenvolvimento do aeroporto de Beja. Mesmo assim, é necessário considerar a sua concretização o mais rápido possível.
Nas restantes regiões em que não há a possibilidade de conduzir as pessoas para um local em que não haja tanta afluência, as soluções passam mesmo por sensibilizar todos os cidadãos de que temos que preservar as cidades para que possamos continuar a abrir as nossas portas ao mundo. Caso contrário, será iniciativa das pessoas que veem do estrangeiro não visitar o nosso país pela imensa deterioração dos centros urbanos.
Embora já tenham sido implementadas algumas medidas, como a taxa turística, é necessário fazer mais de modo a atingir um turismo mais sustentável em todas as suas vertentes e transformar Portugal num país não só para visitar mas para investir e, principalmente, para viver.
Assim sendo, é possível afirmar que “o turismo pode exercer impactes que não são contabilizados no decorrer do seu desenvolvimento e causar transformações socio-espaciais”.

Diana Gaspar

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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