domingo, 29 de setembro de 2019

Transportes híbridos e elétricos

A mobilidade de passageiros e mercadorias, em constante crescimento, fruto da globalização, é uma das mais relevantes, se não a maior, fonte de emissão de gases de efeito estufa, devido ao alargado/generalizado uso de combustíveis fósseis no setor dos transportes. Esta realidade, tem vindo a preocupar a humanidade; despertam-se consciências, difundem-se produtos/escolhas mais sustentáveis, mais amigas do ambiente.
Os automóveis híbridos plug in e 100% elétricos estão em voga um pouco por todo o mundo. Portugal não é exceção… “Portugal quer também estar na linha da frente nos automóveis elétricos”, diz Siza Vieira, o ministro da Economia.
Os incentivos dados por empresas, governos, ou os atuais “influencers” são formas de cativar a atenção dos consumidores, formas de manipular vontades, de maneira a que as pessoas optem por adquirir ou trocar os seus automóveis por uns mais sustentáveis.
Contudo, um estudo realizado por um aluno de mestrado mostra que ainda há muita resistência à mudança. Nem toda a gente está recetiva a trocar o seu meio de transporte: “em Portugal existem ainda consumidores equivocados e pouco confiantes sobre a autonomia, custo e confiabilidade dos automóveis elétricos, o que pode favorecer a escolha de uma viatura convencional”.
Enunciando algumas vantagens e desvantagens dos carros híbridos e elétricos, podemos perceber se a escolha das pessoas foi feita em prol do “bolso” de cada um ou da “consciência”. 
Vantagens: a emissão de gases de efeito de estufa é nula, ou muito reduzida; são independentes do petróleo;  têm elevada eficiência energética; um veículo 100% eléctrico não tem que pagar ISV e o proprietário tem direito a uma redução do IUC; e a manutenção de um carro elétrico é mais barata do que a dos carros movidos a hidrocarbonetos, porque não precisam tão frequentemente da manutenção do motor (mudanças regulares de óleo, por ex.).
 Desvantagens: o custo inicial do automóvel é muito elevado; tem uma autonomia limitada, pela bateria; e a infraestrutura de carregamento limitada, por ainda ser uma tecnologia recente e não haver ainda muita adesão.
Não considero bem uma desvantagem, mas estes automóveis, pela quase total ausência de ruído, ameaçam a segurança dos invisuais e dificulta a utilização das estradas e rodovias pelos mesmos. São automóveis silenciosos, tornando difícil aos peões cegos identificá-los no trânsito e julgar corretamente a sua distância de modo a evitar atropelamentos e colisões.
O Lítio é o elemento químico mais procurado na atualidade, com tantas utilidades, como, por exemplo, a produção de baterias para os automóveis elétricos. A procura do lítio em Portugal está a aumentar. Portugal tem um enorme potencial para ser um “país com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.”
Siza Vieira afirmou também o seguinte: “Se para haver mobilidade elétrica é necessário haver baterias, é importante que as baterias que os automóveis europeus utilizem sejam baterias que são fabricadas no respeito pelos mais exigentes ‘standards’ ambientais e sociais”. Dessa forma dando a entender que apoia totalmente a ideia de que a produção destes automóveis seja mais regular e que “Interessa a Portugal porque obviamente nós temos um setor automóvel muito importante. Este ano vamos bater o recorde de exportações do setor automóvel como um todo, mas também do número de veículos produzidos em Portugal. Vamos entrar no clube dos grandes produtores automóveis. E temos, além disso, toda uma cadeia de valor muito focada no automóvel”.
Gostava de concluir dizendo que partilho da mesma opinião que Siza Vieira. Reconheço que os veículos elétricos e híbridos só trazem vantagens, tanto para a economia portuguesa, como para a nossa mãe natureza. Só há um pequeno contra: o elevado preço de compra, matéria onde urge intervenção estatal, nomeadamente no reforço dos incentivos na aquisição/troca. Ainda há muita gente sem capacidade financeira para adquirir um veículo elétrico devido ao seu alto valor de mercado.

Ariana da Cunha Alves 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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