Já todos sabemos
que os quatro anos que aí se aproximam serão tempos difíceis: Portugal terá um
trabalho árduo. Esse trabalho é de tornar o nosso país um país
viável. Portugal só escapará ao desespero visível na Grécia se fizer o
trabalho de casa que tem de fazer, provar que é um país com competência para
honrar os seus compromissos e para garantir o seu futuro. Deverá ser esse
o centro da nossa atenção e determinação.
A entrada do FMI em Portugal tornou as
escolhas dos cidadãos muito mais restritas, onde se baseiam no imposto no
acordo de resgate, o que, de facto, coloca a democracia em sérios riscos. Das
duas, uma: ou cumprimos e salvamos o país, a nossa liberdade e soberania, ou
não cumprimos e é o caos. Não há mais opções, mas existem ainda algumas
escolhas que temos e podemos tomar. É que cumprir significa também
transformações importantes no país, aquelas que sempre adiamos por cobardia
política e descuido na causa pública. O objetivo de um governo é governar
de acordo com o seu programa e na defesa dos interesses de Portugal, e
não ganhar as eleições seguintes!
Uma economia só
será forte e competitiva se for capaz de produzir bem, de forma eficiente,
usufruindo dos recursos que é capaz de movimentar. A única forma é sermos mais
competitivos como país, aumentando a componente exportadora. A boa notícia é que, nos últimos tempos, tem havido um aumento das exportações que se
mantêm a um ritmo de desenvolvimento acima das expectativas. Não só têm
crescido, como se têm traduzido na conquista de novos mercados.
Sendo esta uma evolução favorável, há que
haver engenho para garantir a sua sustentabilidade e ter em consideração os
seus impactos na economia portuguesa, sobretudo no curto prazo e emprego, por
um lado, e para o potencial de crescimento a longo prazo.
O ouro foi um dos elementos que motivaram
o crescimento das exportações nos primeiros 7 meses deste ano, representando
8,3% do total de exportações, revela fonte INE. Não menos importante, é o caso
dos combustíveis, o que sucede quer do lado das exportações quer do lado das
importações.
Porém, o mais curioso, é o facto de a
contribuição para a melhoria das contas externas, comparando Janeiro a Março de
2012 com o mesmo período de 2011, ter origem em variados sectores (metais
comuns, máquinas, aparelhos, veículos, etc...), de acordo com as Estatísticas
do Comércio Internacional disponibilizadas pelo Instituto Nacional de
Estatística.
Não estar simplesmente dependente de um sector
torna-se essencial para que este melhor desempenho exportador seja sustentado.
A multiplicidade de sectores exportadores é conjuntamente relevante em termos
de emprego.
É disso exemplo a ECCO, empresa de calçado
dinamarquês, que irá investir em Portugal este ano com o objetivo de carácter
exportador, criando deste modo novos postos de trabalho.
Dada a importância das exportações no
crescimento da economia portuguesa, deveríamos então, incentivar a nossa a
capacidade exportadora, reduzindo os custos do trabalho (contenção salarial, o
incremento de eficiência de gestão e do trabalho, e a diminuição da
comparticipação das empresas para a segurança social), e aumentando a qualidade
dos nossos produtos e serviços.
Devemos tirar partido da crise
que vivemos para inserir as transformações que nos têm impedido de atingir os
níveis de desenvolvimento de que somos capazes. A exportação é um caminho para
maior riqueza!
Marta Pereira
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