Um dos maiores problemas que o
Governo português está a tentar combater neste período de grande recessão é o
aumento do défice. O défice surge pelo facto das despesas do Estado serem
maiores do que as suas receitas. Posto isto, chegamos à conclusão que esse
aumento verificado nos últimos anos pode ser combatido através de duas medidas:
pela via do aumento da receita ou pela via da diminuição da despesa.
Focar-nos-emos então no combate
através da via da receita, que é feito com aumento dos impostos dos
contribuintes. Um governo aumenta a receita se aumentar o valor daquilo que irá
receber, ou seja, aplicando taxas e impostos mais altos. Claro que isso demora
algum tempo a ser implementado mas é a maneira mais fácil de um Governo
aumentar a receita. Esta solução, no entanto, pode trazer alguns problemas que
iremos abordar.
O aumento da carga fiscal não
poderá ser efectuado de qualquer maneira. Este terá que ser controlado e
calculado, porque só será vantajoso se esse aumento de impostos se reflectir,
de facto, num aumento da receita. Existe um ponto em que o aumento da carga
fiscal se vai traduzir em diminuição da receita, provocando assim efeito
contrário ao pretendido. O governo terá de ter a sensibilidade para perceber
quando chegou esse ponto.
A partir desse ponto, a carga
fiscal levará a uma diminuição do consumo dos consumidores, que será maior do
que o aumento da receita fiscal. Essa diminuição do consumo implicará menos
receita para o Estado através da diminuição do IVA a receber (na óptica do
Estado) ou, na melhor das hipóteses, igual receita à cobrada antes do aumento
dos impostos. Isso leva-nos à manutenção do problema inicial. Por acréscimo,
surgem ainda surgem outros problemas, pois, se o consumo diminui, vão existir
empresas a abrir falência e consequentemente a baixar a produção e aumentar o
desemprego.
Hugo Miguel da Cunha Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário