No
dia 7 de novembro de 2017, os juros da dívida pública desceram para mínimos
históricos e no dia seguinte houve uma emissão de dívida pública a 10 anos com
a taxa de juro mais baixa de sempre, fruto do anúncio de mais compras de dívida
por parte do BCE e da subida do ´rating` da agência S&P.
Para Portugal, a resultado desta oferta
foi uma nítida junção do útil ao agradável tendo em conta que um endividamento
a 10 anos com uma taxa de 1,9% significa uma poupança em juros para o país e um
baixo custo médio da dívida.
Esta subida de ´rating` foi uma das
melhores notícias para Portugal nos últimos meses, não só pelo efeito direto
notório que já teve mas também porque cria expetativa de que outras grandes agências
possam também fazê-lo, recomendando o investimento na dívida nacional.
Os ´ratings` são, de facto, importantes
para que os investidores dos mais diversos locais efetivamente queiram e possam
comprar dívida portuguesa. Existem diversos fundos que estão proibidos de
comprar dívida com notação de “alto risco”, nomeadamente fundos de pensões e
seguradoras. Sendo estes fundos bastante atrativos para investidores mais
cautelosos e que querem ter um retorno positivo e certo do seu dinheiro,
estando a dívida portuguesa nestes fundos faz com que seja mais facilmente
adquirida.
Existem
diversos índices de obrigações e esta subida de Portugal para um “grau de
investimento” superior faz com que Portugal esteja em índices mais importantes.
Para os investidores que investem em índices, os títulos são comprados segundo
a ponderação de um índice e, portanto, se a dívida portuguesa volta a constar
nesses índices, isso leva a que vários investidores tenham obrigatoriamente de
comprar títulos pela simples razão de terem de acompanhar o índice.
Esta subida de ´rating` faz com que os
mercados tenham mais confiança em Portugal e assim é possível emitir dívida de
médio prazo a uma baixa taxa de juro, e ao mesmo tempo existe uma maior
facilidade de venda desta dívida tendo em conta que está acessível a um maior
número de investidores. Neste sentido, é de enorme importância que a expetativa
que outras grandes agências de ´rating` subam o nosso ´rating`, efetivamente se
concretize, pois isto será traduzido numa enorme poupança em juros e facilidade
de financiamento a baixo custo.
Ana Rocha
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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