domingo, 12 de novembro de 2017

Reforma da Agricultura depois dos Incêndios

        Não é novidade para nenhum Português que este país tem sido alvo de inúmeros incêndios consecutivos. Ainda hoje existem dúvidas sobre ao motivo dos mesmos, havendo já várias teorias para tal, uma vez que seria praticamente impossível a ocorrência de 122 fogos no mesmo fim de semana (dias 15 e 16 de outubro), todos, por causas naturais. Sendo um país com relativamente bastantes agricultores, devemos focar-nos na agricultura, no terreno ardido e nos cultivos perdidos. É tanta área cinzenta que será relevante estudar o futuro da Agricultura neste país.
         Na minha opinião, é evidente uma falta de especialização no que toca ao combate aos incêndios em Portugal, e a deficiência da prevenção dos mesmos. Este deveria ser um setor alvo de investimento futuro (uma vez que já está tão atrasado quando comparamos com o resto da Europa e do Planeta). Uma solução eficaz seria a plantação de mais árvores menos inflamáveis, como os carvalhos, e menos de plantas como o pinheiro. O que se verifica em Portugal, mais concretamente nas áreas atacadas repetidas vezes pelos fogos, é a presença de árvores altamente inflamáveis e que conseguem espalhar o fogo muito mais rapidamente. Assim, devemos contrariar esta tendência e começar a plantação de mais “árvores bombeiras” (bidoeiros, carvalhos e castanheiros). Estas, são árvores que no verão estão verdes e no outono deixam cair folhas pouco inflamáveis, não ardendo em caso de incêndio e contrariando a ação dos pinheiros na reprodução do fogo. Especialistas dizem que raríssimos fogos têm origem em zonas onde existem “árvores bombeiras”.
         Já se verificam pedidos de ajuda para os afetados dos incêndios. Até já programas de televisão se fizeram com este intuito (ou talvez não… será que foi só para conseguir uma dedução nos impostos, uma vez que é uma causa solidária? Ou apenas outro combate no que toca aos números das audiências?). A CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) reforçou que os agricultores precisam de ajuda no enfrentamento das consequências de tais eventos calorosos.
         Em finais do mês de outubro verificavam-se novos prejuízos por parte de vários agricultores. Foram então destinados 97,7 milhões de euros de fundos europeus e 8 milhões a crédito, por parte do Governo, para os prejuízos agrícolas resultantes dos incêndios deste ano, mais especialmente dos 4 meses de Verão (Julho a Outubro). Estas verbas foram distribuídas pelo ministro Capoulas Santos em três frentes: incêndios de Pedrogão e Góis; os restantes de Julho, Agosto e Setembro; e, por fim, os de Outubro.
Até o ministro da Finanças, Mário Centeno, referiu este tópico na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, no contexto da discussão da proposta do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), afirmando que "Há um défice crónico da implementação do PDR [Programa de Desenvolvimento Rural] nas florestas". Nesta sequência, o Governo reprogramou a estratégia de implementação dos fundos europeus. Os Apoios para a estabilização de emergência para situações pós-incêndio encontram-se definidos, e estes visam o melhoramento das condições de resposta florestal.     
O Ministro Capoulas Santos, ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural já anunciou três medidas, que envolverão cerca de 9 mil agricultores. Para tal, todos os interessados deverão enviar a sua candidatura até ao final do mês de novembro.


      
          Tenho que admitir que este pagamento me surpreendeu. Nunca imaginei que os apoios chegassem aos 100%, efetivamente. Concordo com estes valores pois acredito que se o Governo tivesse investido no combate e na prevenção de incêndios Portugal não tinha a perdido a área que efetivamente se encontra arruinada pelas presenças consecutivas destes acontecimentos. Consequentemente, os agricultores não enfrentariam os prejuízos atuais e nada disto seria preciso.

 

Jéssica Costa

 
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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