Não é novidade para
nenhum Português que este país tem sido alvo de inúmeros incêndios
consecutivos. Ainda hoje existem dúvidas sobre ao motivo dos mesmos, havendo já
várias teorias para tal, uma vez que seria praticamente impossível a ocorrência
de 122 fogos no mesmo fim de semana (dias 15 e 16 de outubro), todos, por
causas naturais. Sendo um país com relativamente bastantes agricultores, devemos
focar-nos na agricultura, no terreno ardido e nos cultivos perdidos. É tanta
área cinzenta que será relevante estudar o futuro da Agricultura neste país.
Na minha opinião, é evidente uma falta de especialização no
que toca ao combate aos incêndios em Portugal, e a deficiência da prevenção dos
mesmos. Este deveria ser um setor alvo de investimento futuro (uma vez que já
está tão atrasado quando comparamos com o resto da Europa e do Planeta). Uma
solução eficaz seria a plantação de mais árvores menos inflamáveis, como os
carvalhos, e menos de plantas como o pinheiro. O que se verifica em Portugal,
mais concretamente nas áreas atacadas repetidas vezes pelos fogos, é a presença
de árvores altamente inflamáveis e que conseguem espalhar o fogo muito mais rapidamente.
Assim, devemos contrariar esta tendência e começar a plantação de mais “árvores
bombeiras” (bidoeiros, carvalhos e castanheiros).
Estas, são árvores que no verão estão verdes e no outono deixam cair folhas
pouco inflamáveis, não ardendo em caso de incêndio e contrariando a ação dos
pinheiros na reprodução do fogo. Especialistas dizem que raríssimos fogos têm
origem em zonas onde existem “árvores bombeiras”.
Já se verificam pedidos de ajuda para os afetados dos
incêndios. Até já programas de televisão se fizeram com este intuito (ou talvez
não… será que foi só para conseguir uma dedução nos impostos, uma vez que é uma
causa solidária? Ou apenas outro combate no que toca aos números das
audiências?). A CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) reforçou que os
agricultores precisam de ajuda no enfrentamento das consequências de tais
eventos calorosos.
Em finais do mês de outubro verificavam-se novos prejuízos por
parte de vários agricultores. Foram então destinados 97,7 milhões de euros de
fundos europeus e 8 milhões a crédito, por parte do Governo, para os prejuízos
agrícolas resultantes dos incêndios deste ano, mais especialmente dos 4 meses
de Verão (Julho a Outubro). Estas verbas foram distribuídas pelo ministro
Capoulas Santos em três frentes: incêndios de Pedrogão e Góis; os restantes de Julho, Agosto
e Setembro; e, por fim, os de Outubro.
Até o ministro da Finanças, Mário
Centeno, referiu este tópico na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização
Administrativa, no contexto da discussão da proposta do Orçamento do Estado
para 2018 (OE2018), afirmando que "Há um défice crónico da implementação
do PDR [Programa de Desenvolvimento Rural] nas florestas". Nesta
sequência, o Governo reprogramou a estratégia de implementação dos fundos
europeus. Os Apoios para a estabilização de emergência para situações
pós-incêndio encontram-se definidos, e estes visam o melhoramento das condições
de resposta florestal.
O
Ministro Capoulas Santos, ministro
da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural já anunciou três medidas,
que envolverão cerca de 9 mil agricultores. Para tal, todos os interessados
deverão enviar a sua candidatura até ao final do mês de novembro.
Tenho que admitir que este pagamento me surpreendeu. Nunca
imaginei que os apoios chegassem aos 100%, efetivamente. Concordo com estes
valores pois acredito que se o Governo tivesse investido no combate e na
prevenção de incêndios Portugal não tinha a perdido a área que efetivamente se
encontra arruinada pelas presenças consecutivas destes acontecimentos. Consequentemente,
os agricultores não enfrentariam os prejuízos atuais e nada disto seria
preciso.
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