As eleições europeias, e não só, têm
demonstrado um ganho de espaço da extrema-direita na Europa. A extrema-direita
europeia é historicamente ligada às questões de xenofobia e do racismo. Esse
fenómeno remete-nos para a Segunda Guerra Mundial, na qual houve uma ascensão
de partidos fascistas – na Itália com Mussolini e na Alemanha, com Hitler.
Foram verificadas situações semelhantes em Espanha, com o Franquismo, e em
Portugal, com o Salazarismo. Apesar de todos esses movimentos serem
considerados extremistas, não são, de todo, uniformes, sendo em cada país uma
particularidade.
A
maioria dos partidos de extrema-direita dos dias de hoje tem origens na Segunda
Guerra Mundial, uma vez que os sentimentos de antissemitismo e de xenofobia são
antecedentes que não foram extintos da Europa e que reaparecem com o processo
de globalização capitalista, ou seja, com o processo de homogeneização cultural
forçado.
Um
estudo realizado por políticos e académicos, em Bruxelas, revelou que o
radicalismo está a crescer em toda a Europa a um ritmo alarmante, através de
uma juventude que usa, cada vez mais, as redes sociais para aderir a causas
nacionalistas.
Segundo
a investigação que foi feita pela “British thinktank Demos”, analisando pela
primeira vez os comportamentos de apoiantes de movimentos da extrema-direita, é
de notar uma crescente adesão dos jovens europeus a movimentos nacionalistas,
uma vez que os jovens se mostram cada vez mais críticos em relação aos seus
governantes e à União Europeia. Retirou-se daí que parecem estar
verdadeiramente preocupados com o futuro da identidade cultural, bem como com o
crescimento da imigração e o aumento da influência islâmica na Europa.
Assim,
é de notar que há um aumento de um forte sentimento contra os imigrantes na
Europa e, especialmente, um grande clima de desconfiança em relação aos
muçulmanos. Os partidos que propagam ideias xenófobas, anti-imigração e
anti-islâmicas estão a alastrar-se para França, Itália ou mesmo Áustria e a conquistar
países mais liberais, como a Holanda.
O
principal autor do estudo referido anteriormente salienta que é importante
perceber este fenómeno de crescimento da extrema-direita, e manifesta também
que os jovens estão dececionados com o sistema político e com as instituições
europeias, estando ainda preocupados com a erosão da sua cultura e identidade
nacional.
Podemos
concluir assim que, nos próximos anos, ou iremos assistir a um aumento do ódio
e da divisão da sociedade, incluindo o crescimento do ultranacionalismo, da xenofobia,
da islamofobia e do antissemitismo, ou seremos capazes de contrariar esta
tendência através de alguns movimentos já existentes para a aceitação e
celebração das diferenças, como é o caso da comunidade LGBT+, o movimento Black
Lives Mater, entre outros.
Ana
Rita Ferreira
[artigo de
opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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