A
entrada da Uber na Europa tem sido, no mínimo, agitada. O conceito da Uber é
bastante simples: basta ter um smartphone
e um destino para estar apto para realizar uma viagem. Bem ao estilo dos
populares táxis, exceto com a pequena grande vantagem de ter um preço bem mais
em conta.
A
falta de competição neste mercado faz com que os preços sejam altos e os
serviços fracos. O testemunho daqueles que já usaram ambos é de que as piores
experiências com a Uber, ainda assim, foram melhores que as melhores viagens de
táxi. Estes afirmam que a desonestidade do taxista para com o passageiro,
especialmente quando este é turista, é comum, e qualquer incentivo para que os
taxistas não defraudem o passageiro é bom, não só para o consumidor mas para o
bem-estar social.
Segundo
estudos, em norma, os condutores da Uber auferem mais do que os de táxis
tradicionais. Isto deve-se ao facto de o moderno software da Uber permite aos condutores uma melhor otimização do
seu tempo e serviços, captando uma maior parte do bolo do mercado. “O maior
salário por hora entre os condutores da Uber sugere que a utilização deste meio,
em termos de tempo gasto no carro com um passageiro, aumentou com a Uber, pois
a sua plataforma permite uma melhor correspondência entre motoristas e
passageiros. Mas para motoristas de táxi tradicionais o efeito foi contrário,
com um declínio na quantidade de tempo que eles têm um passageiro em seu
veículo”, afirmou Carl Benedikt Frey, da Universidade de Oxford.
Um
dos argumentos contra a Uber é a de que o mercado é de tamanho fixo e,
portanto, os condutores da Uber estarão a desviar os passageiros. Mas isso
constitui um problema? Contudo, do meu ponto de vista, a realidade é que a Uber
aumentou significativamente o tamanho do mercado, recebendo de braços abertos
os novos consumidores que até então nunca tinham considerado o táxi um meio de
deslocação.
Todavia,
terei de assumir que algumas das tentativas da Uber em contornar a legislação,
ao passar-se apenas por uma mera aplicação de smartphone com o inocente intuito de conectar pessoas, parece-me
desonesta. A falta de bom senso aqui mostrada deixa qualquer um de pé atrás.
Para além disso, pelo facto de ser uma multinacional, usufruem também de planos
mais leves de impostos, aquilo com que a comunidade taxista poderá apenas
sonhar em gozar.
Ainda
assim, os pros prevalecem sobre os contras, e a atitude agressiva e vil da
comunidade taxista tem de ser condenada. A Uber constitui um perigo para o seu
negócio. Penso que a sua principal intenção é afastar a competição do mercado
uma vez que esta mostrou ser capaz de oferecer serviços de qualidade, que
superam facilmente os oferecidos por táxis. Ter acesso na aplicação à
estimativa do preço a pagar pela viagem, o sistema de pontos que permitem
julgar o motorista, permitindo prever-se a qualidade da viagem, são algumas das
muitas vantagens da Uber. A decisão de banir a Uber (verificada em alguns
países europeus, por exemplo, Bulgária, Itália, e a indisponibilidade para
negociar e chegar a um consenso constitui um ataque à evolução, e pode ser
interpretada como uma mensagem de proteção de mercado.
Esta
alternativa não é perfeita mas há uma clara margem de progressão se houver
disposição de ambas entidades parao diálogo, de modo a oferecer aos
consumidores melhores serviços.
Rui Azevedo
Referências
bibliográficas
·
https://www.publico.pt/2017/09/22/tecnologia/noticia/uber-perde-licenca-para-operar-em-londres-1786347
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário