domingo, 12 de novembro de 2017

UBER (VS. TÁXI): UMA NECESSIDADE DE MUDANÇA

         Uber é uma aplicação para smartphones que se destina a movimentar pessoas sem ser necessário ter dinheiro consigo, pois o método de pagamento é o PayPal. Este conceito é uma nova alternativa aos táxis, uma alternativa mais em conta ou low cost, como é frequentemente descrita. Apesar de relativamente recente, este conceito vem-se espalhando muito rapidamente.
         É visível que esta concepção mostra uma eficácia notória e uma qualidade e segurança que não se pode deixar de elogiar. Em Portugal, apenas no Porto, no Algarve e em Lisboa é possível usufruir deste meio de transporte. Para conseguir viajar com esta empresa, apenas é preciso criar uma conta na aplicação e solicitar um carro através da mesma.
         O que se vem assistido ao longo dos anos em relação aos taxistas é degradante. A maioria destes profissionais só pensa em formas de aumentar o seu lucro e negligencia os seus clientes. Um exemplo disto é o facto de, por usar a bagagem num táxi, o cliente ser taxado de novo, enquanto que num Uber o preço não se altera. É embaraçoso o facto de os taxistas tentarem alongar o caminho de forma a conseguirem um valor mais elevado a receber, o que acontece bastantes vezes por todos os países. Mais um aspeto onde a Uber “ganha”. A maior parte dos motoristas desta empresa têm em conta o caminho mais cómodo para o cliente, mesmo que isso signifique ganhar menos.
         Este conceito assusta os taxistas, comunidade que até cria grupos no Facebook para divulgar matrículas dos carros rivais para futuros encontros violentos com os condutores destes. Choca-me esta realidade, considerando que vivemos numa sociedade “civilizada”.
         Foi apresentado recentemente, em Lisboa, na Web Summit, a parceria da Uber com a NASA. Este acordo defende que nem todos os Uber têm de andar no chão. Espera-se um conjunto de veículos voadores elétricos que consiga prestar o mesmo serviço que os carros, mas utilizando meios mais rápidos, os UberAir. O acordo visa o desenvolvimento de tecnologia que permita disponibilizar este conceito em algumas cidades dos Estados Unidos da América. Isto será uma boa oportunidade de investimento tendo em conta pessoas que têm destinos mais longínquos.
Estes veículos serão inicialmente pilotados, mas a longo prazo espera-se que ganhem autonomia (“numa evolução semelhante à que já está a acontecer com os carros”-
         Atendendo a que para estes veículos serão necessários outros meios e locais para a descolagem e aterragem, a Uber está atualmente a trabalhar com uma empresa de investimento imobiliário para a construção destes mesmos locais. O objetivo será que os UberAir poderão descolar e aterrar verticalmente nos mesmos locais onde poderão ser carregados com energia elétrica.
Eu acredito que esta inovação tenderá a mudar o paradigma vigente sobre o transporte de pessoas, fomentando o investimento na área imobiliária e poupando tempo e dinheiro a quem procura viagens relativamente longas constantemente. 
         Voltando agora ao caso de Portugal, a empresa em questão julga que a legislação não está devidamente atualizada e é necessário uma mudança. Para tal, vários motoristas destas plataformas, não só a Uber mas também Cabify e Chofer, irão marcar presença na cidade de Lisboa através de uma marcha lenta com cerca de 2000 viaturas, caso a aprovação da lei que regula o setor não avance em novembro no parlamento.
         Creio que todos estes motoristas estão a ser conscientes nas suas decisões, pois é possível assemelhar esta marcha lenta a uma conjunção de uma greve e de um protesto. Uma vez que ambos acontecem frequentemente em Portugal, concordo com o facto de também este setor mostrar o seu descontentamento desta forma. No entanto, duvido da eficácia destes métodos. Duvido que uma paragem no horário de trabalho mostre aos Portugueses que querem levar Portugal para a frente.
         Já em Londres, o tribunal trabalhista decidiu dia 10 de novembro que os motoristas da Uber devem ser considerados funcionários e, assim, receber o ordenado mínimo. No ver da empresa, estes motoristas são prestadores de serviços independentes que têm direito a horas de trabalho mínimas e a férias remuneradas. Até então, os motoristas têm sido pagos por trajeto.
          Esta medida do tribunal do trabalho Londrina é adequada, pois deve-se providenciar condições básicas a todos os trabalhadores. No entanto, não acho que seja a medida mais eficaz e duvido da seriedade desta decisão, tendo em conta todos os atritos que a Uber enfrenta na Capital do Reino Unido (já desde de Setembro que a Uber não tem licença para operar em Londres, conforme se pode ler em http://observador.pt/2017/09/22/uber-perde-licenca-para-operar-em-londres/). Da decisão tomada resultou um recurso por parte da empresa. 

Jéssica Costa

 

Referências Bibliográficas:
http://observador.pt/2017/09/22/uber-perde-licenca-para-operar-em-londres/

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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