Uber
é uma aplicação para smartphones que
se destina a movimentar pessoas sem ser necessário ter dinheiro consigo, pois o
método de pagamento é o PayPal. Este
conceito é uma nova alternativa aos táxis, uma alternativa mais em conta ou low cost, como é frequentemente
descrita. Apesar de relativamente recente, este conceito vem-se espalhando
muito rapidamente.
É visível que esta concepção mostra
uma eficácia notória e uma qualidade e segurança que não se pode deixar de
elogiar. Em Portugal, apenas no Porto, no Algarve e em Lisboa é possível
usufruir deste meio de transporte. Para conseguir viajar com esta empresa,
apenas é preciso criar uma conta na aplicação e solicitar um carro através da
mesma.
O que se vem assistido ao longo dos
anos em relação aos taxistas é degradante. A maioria destes profissionais só
pensa em formas de aumentar o seu lucro e negligencia os seus clientes. Um
exemplo disto é o facto de, por usar a bagagem num táxi, o cliente ser taxado
de novo, enquanto que num Uber o preço não se altera. É embaraçoso o facto de
os taxistas tentarem alongar o caminho de forma a conseguirem um valor mais
elevado a receber, o que acontece bastantes vezes por todos os países. Mais um
aspeto onde a Uber “ganha”. A maior parte dos motoristas desta empresa têm em
conta o caminho mais cómodo para o cliente, mesmo que isso signifique ganhar
menos.
Este conceito assusta os taxistas,
comunidade que até cria grupos no Facebook
para divulgar matrículas dos carros rivais para futuros encontros violentos com
os condutores destes. Choca-me esta realidade, considerando que vivemos numa
sociedade “civilizada”.
Foi apresentado recentemente, em
Lisboa, na Web Summit, a parceria da
Uber com a NASA. Este acordo defende que nem todos os Uber têm de andar no
chão. Espera-se um conjunto de veículos voadores elétricos que consiga prestar
o mesmo serviço que os carros, mas utilizando meios mais rápidos, os UberAir. O
acordo visa o desenvolvimento de tecnologia que permita disponibilizar este
conceito em algumas cidades dos Estados Unidos da América. Isto será uma boa
oportunidade de investimento tendo em conta pessoas que têm destinos mais
longínquos.
Estes
veículos serão inicialmente pilotados, mas a longo prazo espera-se que ganhem
autonomia (“numa evolução semelhante à que já está a acontecer com os
carros”-
Atendendo a que para estes veículos serão necessários
outros meios e locais para a descolagem e aterragem, a Uber está atualmente a
trabalhar com uma empresa de investimento imobiliário para a construção destes
mesmos locais. O objetivo será que os UberAir poderão descolar e aterrar
verticalmente nos mesmos locais onde poderão ser carregados com energia elétrica.
Eu acredito que esta inovação tenderá a mudar
o paradigma vigente sobre o transporte de pessoas, fomentando o investimento na
área imobiliária e poupando tempo e dinheiro a quem procura viagens
relativamente longas constantemente.
Voltando agora ao caso de Portugal, a
empresa em questão julga que a legislação não está devidamente atualizada e é
necessário uma mudança. Para tal, vários motoristas destas plataformas, não só
a Uber mas também Cabify e Chofer, irão marcar presença na cidade de Lisboa
através de uma marcha lenta com cerca de 2000 viaturas, caso a aprovação da lei que regula o setor não avance em novembro no
parlamento.
Creio que todos
estes motoristas estão a ser conscientes nas suas decisões, pois é possível
assemelhar esta marcha lenta a uma conjunção de uma greve e de um protesto. Uma
vez que ambos acontecem frequentemente em Portugal, concordo com o facto de
também este setor mostrar o seu descontentamento desta forma. No entanto,
duvido da eficácia destes métodos. Duvido que uma paragem no horário de
trabalho mostre aos Portugueses que querem levar Portugal para a frente.
Já em Londres, o tribunal trabalhista
decidiu dia 10 de novembro que os motoristas da Uber devem ser considerados
funcionários e, assim, receber o ordenado mínimo. No ver da empresa, estes
motoristas são prestadores de serviços independentes que têm direito a horas de
trabalho mínimas e a férias remuneradas. Até então, os motoristas têm sido
pagos por trajeto.
Esta medida do tribunal do trabalho
Londrina é adequada, pois deve-se providenciar condições básicas a todos os
trabalhadores. No entanto, não acho que seja a medida mais eficaz e duvido da
seriedade desta decisão, tendo em conta todos os atritos que a Uber enfrenta na
Capital do Reino Unido (já desde de Setembro que a Uber não tem licença para
operar em Londres, conforme se pode ler em http://observador.pt/2017/09/22/uber-perde-licenca-para-operar-em-londres/). Da decisão tomada resultou um recurso por parte da
empresa.
Jéssica Costa
Referências Bibliográficas:
http://www.tvi24.iol.pt/economia/chofer/uber-compreende-protestos-e-alerta-para-necessidade-de-nova-legislacao
https://g1.globo.com/economia/noticia/justica-manda-uber-reconhecer-motorista-como-funcionario-e-pagar-salario-minimo-em-londres.ghtml
http://observador.pt/2017/09/22/uber-perde-licenca-para-operar-em-londres/
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