O que parecia ser
uma utopia há alguns anos, está a um passo de se tornar realidade. Tudo depende
do dia 21 de dezembro de 2017, dia de eleições …
Quais são, então,
as implicações de uma Catalunha independente? A primeira, e a mais importante,
para os restantes espanhóis, é o fato da Catalunha representar 20% do PIB
espanhol, cerca de 224 milhões de
euros em 2016, e 25% das exportações. A Catalunha tem,
aproximadamente, um PIB de 210.000 milhões de euros, com 32.000 km quadrados
e cerca de 7,5 milhões de habitantes. Os 7,5 milhões de habitantes representam
16,2% da população espanhola, mas se considerarmos a riqueza produzida, o seu
contributo é de 20%. A taxa de desemprego nesta região é inferior ao resto do
país.
No plano económico, a Catalunha poderia ter
condições para se tornar independente, no entanto, como estamos a atravessar
uma crise, teria muitas dificuldades em financiar-se nos mercados, já que
comparte com o resto de Espanha a dívida pública e também terá que a pagar,
mesmo que a independência avance. Não podemos esquecer que, ao separar-se de
Espanha e ao tornar-se um estado independente, deixa, também de cooperar com a
União Europeia, que por seu lado já fez saber a sua opinião sobre este desejo
independentista, ou seja, deixa de ser reconhecida como membro da União
Europeia.
Perante este facto, muitas são as empresas
do setor financeiro, energético, construção, entre outras, radicadas na região
da Catalunha, como, por exemplo, La Caixa Catalunya Banc, Banco Sabadell, Gas
Natural Fenosa, Abertis,… que estão a mudar as suas sedes para outras regiões
espanholas, nomeadamente Madrid, porque não pretendem perder os laços
económicos adquiridos.
A economia Catalã é forte, mas não iria
aguentar esta quebra de laços, traduzida numa quebra de mercado (“interno”), da
mesma forma que a relação de mercado com o exterior também sofreria pela não
inclusão na UE. Para além das
contrariedades e custos ligados às novas fronteiras, levanta-se, sobretudo, a
questão da moeda, ou seja, a perda do acesso ao euro. Neste sentido, o impacto
sobre a economia Catalã seria monstruoso.
Para os pró-Independência, a teoria é
diametralmente oposta. Sim, a Catalunha tem condições para ser uma nova Suíça
ou Dinamarca. Para eles, a Catalunha está situada numa posição estratégica para
o comércio, possui um tecido industrial massivo, uma grande infraestrutura turística
e um setor tecnológico em plena ascensão.
Concluindo, uma Catalunha independente não
convém a nenhuma das partes, mas como disse um economista “A política é outra
coisa; muitas vezes lutas com a parte racional que a Economia te oferece”.
António
Carlos Real Querido
https://www.diariocritico.com/pregunta-economica-que-haria-espana-sin-cataluna
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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