O tecido empresarial de
um país está em constante alteração, portanto para fazer uma análise sobre o
mesmo é necessário estabelecer um período de tempo para efetuar a mesma. Esta
análise está compreendida entre os anos de 2007 e 2016.
Desde 2007 até 2016, houve diferentes variações na criação
de novas empresas. Entre 2009 e 2012, iniciou-se um ciclo de descida, e em 2013
o ciclo inverteu-se. 2015 e 2016 foram os anos em que mais empresas se criaram,
estando claramente acima da média anual de criação de empresas na última
década.
Os setores que apresentam um maior crescimento de novas
empresas são os sectores da agricultura, pecuária, pesca e caça (mais 9,5%), telecomunicações
(mais 6,9%) e alojamento e restauração (mais 4,9%). No entanto, são os setores
dos serviços e do retalho onde nasceu o maior número de empresas.
Verificou-se, também, um grande salto de empresas
unipessoais, que representam 49% das novas empresas, enquanto que em 2007 o
valor era de apenas 36%. Este crescimento teve consequências, pois grande parte
destas empresas têm um capital de abertura reduzido.
Neste período de tempo, travou-se uma interessante batalha de
regiões entre a região Norte e a região de Lisboa pela liderança da criação de
novas empresas. Entre 2007 e 2009, foi a região de Lisboa a liderar, mas a
partir desse ano e até 2015 o Norte liderou sempre, até que no ano de 2016
Lisboa recuperou a liderança na criação de novas empresas.
Efetuada a análise aos aspetos mais positivos, tem de ser
feita também uma análise aos aspetos menos positivos deste tema, que são as
insolvências e os encerramentos de empresas.
Até ao ano de 2012, o número de insolvências foi aumentando
sucessivamente até atingir o pico de 6 mil novos casos neste mesmo ano. No
entanto, desde 2013, este valor tem vindo a ser cada vez menor, mas ainda não
houve uma recuperação total, ou seja, em 2016 os valores ainda estão acima dos
valores apresentados em 2007. No total, nestes 10 anos, totalizaram-se 40309 casos
de insolvência.
O número total de encerramentos foi bastante elevado, sendo
aproximadamente de 160 mil, o que significa que por ano encerraram 16 mil
empresas. Em 2016, a média de idades das empresas que encerram situa-se nos 11,4
anos, sendo uma subida face a 2007, que era de 10,2 anos.
Nestes anos, houve alterações estruturais no tecido
empresarial português, que se refletem principalmente num maior
empreendedorismo, numa alteração na dimensão das empresas e no seu perfil
regional e setorial.
Em suma, nestes anos, das 347 mil empresas e outras
organizações criadas em Portugal, 64% mantêm-se ativas, 21% encerraram, 13%
estão inativas, 1% insolventes e 0.2% foram adquiridas. De destacar também que
1803 empresas são sucursais de empresas estrangeiras.
José
Henrique Oliveira Machado
Nota: Todos os dados
foram retirados de um estudo da Informa
D&B
[artigo de
opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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