Puidgemont declarou
unilateralmente a independência, E agora o que espera a Catalunha?
A declaração unilateral
de independência geraria um declínio significativo da atividade económica, com
uma mais que provável redução do crescimento económico e aumento do desemprego.
O impacto económico e social desta declaração fez os mercados recuarem, deixando-os
numa situação de incerteza e insegurança. O cenário que se abre não é
promissor.
Sendo a Catalunha a
comunidade autónoma com o PIB mais elevado de Espanha e a que tem a maior dívida
em termos absolutos, uma possível independência teria um impacto pior que o
Brexit: ao ficar fora da União Europeia (UE), veria o seu PIB baixar, e
Espanha, por sua vez, ficaria sem os cerca de 220 mil milhões do PIB catalão. O
“euro catalão” seria convertido numa moeda estrangeira, encarecendo as
exportações e baixando a competitividade.
Embora os
independentistas insistam que o euro permaneceria, os especialistas asseguram
não ser possível. Poderia acontecer uma situação similar ao Kosovo e
Montenegro: o euro como moeda, mas sem fazer pare da Zona Euro.
O sistema bancário de
uma das regiões mais ricas do mundo poderia entrar em colapso, pois ficariam
privados do acesso ao refinanciamento através do Euro Sistema. Fora do Banco
Central Europeu (BCE), ficam vedados os acessos a linhas de crédito que
permitiam às muitas entidades financeiras sobreviver à crise económica, e ficam
comprometidas as garantias de liquidez.
Os fundos estruturais e de investimento da UE destinam-se à criação de emprego e de uma economia sustentável. Com esta medida tudo ficaria em aberto. Enquanto república, a Catalunha ficaria fora do Mecanismo Europeu de Estabilidade e a Segurança Social ficaria posta em causa, provocando um défice nas pensões. A Catalunha seria privada da cobertura do Estado para pagar os serviços públicos perante o incumprimento dos objetivos de défice e dívida.
Os fundos estruturais e de investimento da UE destinam-se à criação de emprego e de uma economia sustentável. Com esta medida tudo ficaria em aberto. Enquanto república, a Catalunha ficaria fora do Mecanismo Europeu de Estabilidade e a Segurança Social ficaria posta em causa, provocando um défice nas pensões. A Catalunha seria privada da cobertura do Estado para pagar os serviços públicos perante o incumprimento dos objetivos de défice e dívida.
O impacto social seria
incomensurável: um estudo espanhol estima que cerca de 500 mil postos de
trabalho seriam extintos devido à menor atividade económica e à saída ou
deslocalização das empresas.
A saída representaria um forte abalo na área científica já que as empresas e Universidades deixariam de poder participar nos programas de pesquisa europeus.
A saída representaria um forte abalo na área científica já que as empresas e Universidades deixariam de poder participar nos programas de pesquisa europeus.
A Catalunha é um dos
principais destinos turísticos de Espanha. A independência não afetaria
diretamente o turismo, mas as infraestruturas ficariam sem fundos e ajudas que
o Estado prevê e destina para as mesmas.
O financiamento de um novo Estado, as pensões e os aumentos salariais estariam agora a cargo de um novo Estado, mas o argumento mais forte contra a independência é a total falta de preparação, como refere Wolfgang Münchau um dos colunistas influentes do Financial Times e diretor do Euro Intelegence, Acrescenta ainda que “A independência constituiria um choque de uma ordem de grandeza superior ao mais difícil dos Brexits”.
O financiamento de um novo Estado, as pensões e os aumentos salariais estariam agora a cargo de um novo Estado, mas o argumento mais forte contra a independência é a total falta de preparação, como refere Wolfgang Münchau um dos colunistas influentes do Financial Times e diretor do Euro Intelegence, Acrescenta ainda que “A independência constituiria um choque de uma ordem de grandeza superior ao mais difícil dos Brexits”.
António Cardoso
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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