Portugal é dos países da União Europeia com níveis de crescimento económico mais baixos. No entanto verifica-se que, segundo a Comissão Europeia, Portugal registou algum desenvolvimento nos anos 1998 e 2004, crescimento esse que está associado à realização de eventos de grande dimensão, como a Expo 98 e o Euro 2004. É de notar também que foi nesses períodos que a confiança dos portugueses aumentou, atingindo picos que não se repetiram; confiança que influencia o crescimento económico. O investimento e as exportações de turismo serão as variáveis macroeconómicas mais influenciadas pela realização de eventos de grande dimensão em Portugal.
O Parque Expo representa um empreendimento de dimensão invulgar no contexto nacional, estima-se que o investimento foi de 1,491 biliões de euros. Contudo, é notório o aumento do consumo privado, das importações e exportações e do PIB. Segundo dados do INE, o impacto sobre o emprego foi muito positivo. Sendo atribuível à Expo 98 um aumento dos empregos, que alcançou os 35 mil novos postos de trabalho, centrando-se essencialmente nos serviços de Hotelaria, Restaurantes e Cafés.
O Euro 2004 foi outro projecto de grande investimento que teve lugar em Portugal. O impacto principal do EURO 2004 no investimento terá sido, essencialmente, entre os anos 2001 e 2003, atingindo um montante de cerca de 806,8 milhões de euros, tendo por base as obras nos 10 estádios onde se realizaram os jogos.
Segundo os números divulgados pela DGE, os jogos terão tido 350.000 espectadores estrangeiros, representando cerca de 27% dos ingressos vendidos. A contribuição das receitas turísticas do campeonato para o total de receitas apuradas pelo INE para o mês da realização do evento, para as quatro regiões, foi da ordem dos 40%. Durante o mês de Junho, 183,8 milhões de euros de produção nacional estiveram associados, directa e indirectamente, ao evento, mantendo 4547 postos de trabalho e gerando uma massa salarial de 41 milhões de euros.
O Euro 2004 constituiu uma oportunidade para renovar os espaços desportivos das principais cidades do País, através da modernização dos equipamentos de competição associados aos principais clubes de futebol. Também o investimento autárquico se orientou para o desenvolvimento de espaços desportivos ligados à prática de outras modalidades, inserindo-os em contextos urbanos renovados ou até mesmo novas centralidades.
Apesar de o Euro 2004 ter tido um menor impacto na economia portuguesa que a Expo 98, a hipótese da realização do Mundial de 2018, em pareceria com a vizinha Espanha, faz algum sentido; uma vez que o investimento anteriormente efectuado não se repetiria, pois as infra-estruturas necessárias ao projecto já estão construídas.
A importância de um Campeonato do Mundo de Futebol vai muito para além de um campeonato europeu. Tem um impacto muito significativo a todos os níveis: atrai visitantes, dá visibilidade internacional a Portugal, contribui para o desenvolvimento do país.
O que podemos concluir da análise dos indicadores económicos relativos aos períodos deste grandes projectos em Portugal é que o importante é ter um projecto para que haja crescimento económico. Porque pior que um mau projecto é não ter projecto nenhum.
Ana Margarida Carvalho
O Parque Expo representa um empreendimento de dimensão invulgar no contexto nacional, estima-se que o investimento foi de 1,491 biliões de euros. Contudo, é notório o aumento do consumo privado, das importações e exportações e do PIB. Segundo dados do INE, o impacto sobre o emprego foi muito positivo. Sendo atribuível à Expo 98 um aumento dos empregos, que alcançou os 35 mil novos postos de trabalho, centrando-se essencialmente nos serviços de Hotelaria, Restaurantes e Cafés.
O Euro 2004 foi outro projecto de grande investimento que teve lugar em Portugal. O impacto principal do EURO 2004 no investimento terá sido, essencialmente, entre os anos 2001 e 2003, atingindo um montante de cerca de 806,8 milhões de euros, tendo por base as obras nos 10 estádios onde se realizaram os jogos.
Segundo os números divulgados pela DGE, os jogos terão tido 350.000 espectadores estrangeiros, representando cerca de 27% dos ingressos vendidos. A contribuição das receitas turísticas do campeonato para o total de receitas apuradas pelo INE para o mês da realização do evento, para as quatro regiões, foi da ordem dos 40%. Durante o mês de Junho, 183,8 milhões de euros de produção nacional estiveram associados, directa e indirectamente, ao evento, mantendo 4547 postos de trabalho e gerando uma massa salarial de 41 milhões de euros.
O Euro 2004 constituiu uma oportunidade para renovar os espaços desportivos das principais cidades do País, através da modernização dos equipamentos de competição associados aos principais clubes de futebol. Também o investimento autárquico se orientou para o desenvolvimento de espaços desportivos ligados à prática de outras modalidades, inserindo-os em contextos urbanos renovados ou até mesmo novas centralidades.
Apesar de o Euro 2004 ter tido um menor impacto na economia portuguesa que a Expo 98, a hipótese da realização do Mundial de 2018, em pareceria com a vizinha Espanha, faz algum sentido; uma vez que o investimento anteriormente efectuado não se repetiria, pois as infra-estruturas necessárias ao projecto já estão construídas.
A importância de um Campeonato do Mundo de Futebol vai muito para além de um campeonato europeu. Tem um impacto muito significativo a todos os níveis: atrai visitantes, dá visibilidade internacional a Portugal, contribui para o desenvolvimento do país.
O que podemos concluir da análise dos indicadores económicos relativos aos períodos deste grandes projectos em Portugal é que o importante é ter um projecto para que haja crescimento económico. Porque pior que um mau projecto é não ter projecto nenhum.
Ana Margarida Carvalho
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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