segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Confiança dos Consumidores e Vendas a Retalho

Segundo dados revelados pelo Eurostat, as vendas a retalho na Zona Euro sofreram uma descida inesperada em Novembro, caindo 1,2% por comparação com o mês anterior e 4% quando comparadas com o mesmo mês de 2008, o que traduz a maior contracção desde o início do Verão. Em Portugal e de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o comportamento das vendas a retalho seguiu a média europeia, com uma contracção de 1,1% em Novembro e uma descida homóloga de 2,6%.

Estes dados sugerem que o consumo voltou a estar em retracção e que uma recuperação das economias europeias na recta final de 2009 permanece dependente da evolução dos gastos públicos e das exportações.

No mês que antecedeu o do Natal, os dados sugerem que os europeus voltaram a fechar os cordões à bolsa, com contracções especialmente acentuadas na compra de bens mais duradouros. A tendência atravessou praticamente todos os países europeus.

O Instituto Nacional de Estatística revelou, em Novembro que a confiança dos consumidores portugueses diminuiu ligeiramente devido ao contributo negativo do desemprego e das perspectivas de evolução da poupança. O documento publicado conclui que, no mês em questão, a quebra de confiança foi de 27,4%, comparativamente à descida de 27% registada no mês anterior, quebrando o ciclo de abrandamento de quedas registado nos meses anteriores.

Esta informação fornecida pelo Instituto Nacional de Estatística acerca da confiança dos consumidores vem confirmar a que a principal causa para a queda inesperada das vendas a retalho é a diminuição da confiança dos consumidores.

A relação acima apresentada pode ser facilmente explicada pela conjuntura actual que leva os consumidores a pouparem mais e, assim, efectuarem menos gastos. Logo, os vendedores irão ver as suas vendas diminuírem.

Apenas um aumento da confiança dos consumidores poderá inverter esta situação o que apenas irá ocorrer quando estes constatarem que, de facto, se está a iniciar uma melhoria do “clima” económico.

Teresa Faria Amorim

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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