Uma das primeiras definições económicas que se aprende é a de balança comercial, ou seja, a diferença entre as exportações e as importações, e percebemos logo que o preferível é as exportações serem superiores às importações, um excedente comercial. Mas isto não se verificou em Portugal por 69 anos, entre o ano de 1943, quando Portugal ainda se encontrava em plena ditadura Salazarista e precedido pela II Guerra Mundial, em que Portugal beneficiou exportando material para a guerra, e o presente ano em que, devido a conjuntura financeira os valores das Importações desceram.
Embora na atual crise financeira se pressuponha uma contração da procura dirigida a Portugal, as exportações verificaram um aumento este ano de 3.5% e prevê-se um aumento de 5.2% no próximo ano. Uma explicação para este acontecimento é que o consumo em Portugal diminui devido aos constantes cortes e “apertos de cintos” e as empresas como forma de sobrevivência optaram por mudar o seu mercado alvo, ou seja, apostaram nas exportações como forma de se salvarem e ajudarem o país.
Contudo, recentes notícias dão conta que no passado mês de Setembro as exportações caíram, pondo fim à tendência positiva dos últimos meses e uma das principais razões para este acontecimento foram as greves em alguns portos nacionais, já que as exportações para paises terceiros se processam por via marítima. Num país com os atuais problemas financeiros, este efeito que está a acontecer é uma coisa inaceitável já que os aumentos das exportações têm sido até o momento o único fator favorável para continuarmos a lutar contra a crise e não termos deitado a toalha ao chão.
João Pedro Oliveira da Cunha
1 comentário:
A conclusão atribuindo responsabilidade às greves pela queda das exportações carece de fundamentação por duas razões:
1) a maior queda ocorre nas exportações para a Europa; e essas vão de camião;
2) no extracomunitário a maior queda ocorre nos combustíveis que são exportados por Sines e Leixões, dois Portos que além de serem os mais importantes não tiveram um único dia de greve; na realidade a greve circunscreve-se a Aveiro e Região de Lisboa.
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