Ébola é neste momento a maior epidemia da história. Está a ser combatida desde Março de 2014 e apesar de terem sido registados por todo o Mundo aproximadamente cinco mil mortos, esta epidemia está longe de estar controlada. Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão a actuar no terreno no combate a esta doença ainda desde antes do surto ter sido oficialmente declarado. Foram criados centros de tratamento do Ébola em alguns países asiáticos onde foram detectados cerca de 3200 doentes, entre os quais apenas aproximadamente 1100 sobreviveram.
Em termos económicos, o vírus do ébola ameaça a existência da economia dos países aonde o mesmo se faz sentir. Se virmos bem, grande parte da população infectada pelo ébola está na África Ocidental, onde a sua população sustenta a economia destes países essencialmente na agricultura. Nestes países, um dos principais hábitos alimentares é o consumo de carne de caça, sendo incluídos animais que sejam potencialmente portadores do vírus.
A doença começa a atingir a economia. Na Serra Leoa, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 aponta para uma redução até 4% em relação ao último ano. A epidemia está a fazer grandes estragos na economia destes países: não só está a fazer com que projectos económicos sejam cancelados, como também está a provocar a fuga de empresários do país. Algumas companhias aéreas interromperam o tráfego aéreo, tendo um efeito directo no turismo e no comércio. Países com quem os países infectados faziam trocas recusam-se agora a fazê-las, não deixando também pessoas que tenham estado nos países infectados entrem no seu país.
Com o alastramento da doença por todo o Mundo, Portugal teve de se prevenir, ainda que a doença não tenha atingido o nosso país. Teve a necessidade de investir em equipamentos médicos, medicamentos, material específico. Com esta necessidade repentina de investimento extra, foi dada “luz verde” ao ministro da saúde, Paulo Macedo, para um eventual reforço adicional do orçamento da saúde, podendo solicitar mais recursos às Finanças, conforme as necessidades enfrentadas, apesar dos gastos necessários até agora não serem muito dispendiosos.
Só o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entidade responsável pelo transporte de suspeitos ou doentes com o vírus, investiu 200 mil euros na aquisição de material de protecção contra a doença. Também os hospitais têm procedido à aquisição de material, nomeadamente material de protecção individual.
Paulo Macedo aprovou um documento de comunicação de resposta ao ébola. Numa primeira fase, serão distribuídos folhetos e cartazes sobre a doença, sintomas e formas de transmissão para serem distribuídos em locais públicos, como hospitais, farmácias, escolas, transportes públicos. A previsão de custos para os folhetos é da ordem dos 100 mil euros. Numa fase seguinte, serão criados spots publicitários para televisão, rádio e internet, e será ainda avaliada a hipótese de se criar uma aplicação para smartphones com informação sobre a doença.
Até agora, foram identificados cinco casos suspeitos de ébola em Portugal, tendo todos acusado como negativos nas análises feitas da hipótese de infecção pelo vírus ébola. Portugal vai enviar uma equipa para as áreas mais afectadas pelo vírus, que irá criar um hospital de campanha nesta fase de prevenção do Ébola. Portugal está a ajudar a combater o risco da doença se alastrar para outros países. A TAP não tem estado a fazer ligações directas de Portugal para Bissau. Desta forma, dificulta ainda mais o contacto com a doença.
O impacto financeiro do Ébola está a trazer para o mundo grandes consequências. Segundo um relatório do Banco Mundial, estima-se que os custos da epidemia podem chegar aos 32,6 mil milhões dólares. Segundo o Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, se a epidemia não for rapidamente contida, o impacto financeiro regional pode atingir os 32,6 mil milhões de dólares em 2015, sendo devastador na zona da África Ocidental.
Inês Sofia Fernandes da Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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