Num contexto de desafios e oportunidades, as empresas portuguesas, com a sua capacidade e tecnologia, têm sido um dos motores de desenvolvimento do sector da energia.
Em Setembro de 2014, as renováveis mantiveram-se como a principal fonte de electricidade em Portugal, representando 64% do consumo em Portugal continental, diz a Associação Portuguesa de Renováveis (APREN). A produção de electricidade de energia renovável excepto a grande hídrica é, pelo segundo mês consecutivo, a principal fonte de produção de electricidade, contabilizando 33% do consumo, diz ainda a estatística recolhida pela associação, que destaca que, se não se contar com a Grande Hídrica, a produção eólica é a que mais tem contribuído para a produção de electricidade (23,3%). A biomassa contribui com 5,4% e as pequenas centrais hídricas com 2,8%. A solar fotovoltaica manteve o mesmo peso do mês anterior (1,3 %) do consumo.
A aposta nas energias renováveis conduz a benefícios ambientais, económicos e sociais.
O sector das energias renováveis apresenta um impacto significativo a nível da criação de riqueza em Portugal, uma vez que tem vindo a crescer a um ritmo superior ao da economia nacional. Ao nível da dependência energética, o sector também permite benefícios, devido à redução significativa da importação de combustíveis fósseis e de energia eléctrica, que se traduz numa poupança considerável a nível da balança comercial portuguesa. Do ponto de vista social, além da evidente melhoria de qualidade de vida decorrente dos benefícios ambientais já enunciados, a grande vantagem das energias renováveis traduz-se na criação de emprego, uma vez que estas criam mais postos de trabalho.
Em 2013, o sector das energias renováveis criou mais de 40 mil empregos. A associação acredita que há potencial para criar mais 26 mil novos postos de trabalho até 2030.
No conjunto, em 2013, o sector contribuiu com 2730 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB), representando 1,6% da riqueza produzida no país (acima dos 1,5% registados em 2012). A utilização crescente de energias renováveis também permitiu uma redução das importações (de energia eléctrica e combustíveis fósseis) na ordem dos 1479 milhões de euros.
Durante o ano de 2013, as fontes de energia renovável foram responsáveis por 60% da produção de electricidade, nomeadamente eólica e hidroeléctrica. Mais concretamente, este recorde de produção deve-se aos quase 5000 MW de capacidade instalada através dos mais de 2000 aerogeradores distribuídos por mais de 200 parques eólicos concentrados, maioritariamente, na zona norte de Portugal, bem como à rede nacional de barragens. De facto, Portugal tem assumido políticas energéticas que fazem recair sobre as energias renováveis grandes esperanças na resposta aos desafios colocados pela necessidade de “independência energética” ou pelas imposições decorrentes das alterações climáticas. Na prática, trata-se da dinamização desse novo negócio de grande rendibilidade que são as energias renováveis. Exemplo disso são os lucros de 135 milhões obtidos em 2013 pela EDP Renováveis, subsidiária da EDP no sector das energias renováveis.
Em suma, Portugal não pode deixar de continuar a apostar nas energias renováveis e na eficiência energética permitindo a recuperação da economia sem onerar o ambiente. Para tal, é preciso um investimento na sensibilização e um planeamento adequado do setor energético também em prol de uma desejável política climática exigente.
Na minha opinião, aumentar o investimento e o potencial de exportação de energia significa, desde logo, crescimento económico de empresas portuguesas e o seu relançamento no mercado externo, o que pode gerar uma maior receita económica e financeira para o país. Esta meta é especialmente importante porque permite rendibilizar o potencial instalado de energias renováveis, sendo igualmente uma vitória para o ambiente.
Margarida Marques Cardoso
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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