Após a intervenção da Troika em Portugal, foi necessário vender várias empresas para se conseguir cumprir a agenda acordada.
As primeiras empresas a ser vendidas foram a EDP, a REN e a ANA, que renderam mais de 6400 milhões de euros, o que permitiu ao país superar a meta de encaixe estimado para todo o período de assistência, possibilitando a negociação com a TROIKA de novos prazos, podendo recusar vendas sob pressão quando o Governo entender que não está assegurado o interesse estratégico e financeiro do Estado.
A EDP foi a primeira: os 21,35% que o Estado detinha foram entregues à China Three Gorges por 2,7 milhões de euros. Seguiu-se depois a REN, a empresa que gere as redes de eletricidade e gás do país, do qual o Governo possuía 40%, que foram entregues à China State Grid e à Oman Oil, por 585 milhões de euros.
Seguiram-se porém várias outras privatizações, tais como os CTT, a Fidelidade, a HPP (Hospitais Privados de Portugal), os seguros da Caixa Geral de Depósitos, entre outras.
Podemos destacar a privatização mais recente, cujo contrato de venda foi assinado no dia 6 de novembro de 2014, da empresa pública que gere a recolha e o tratamento do lixo na maior parte do país, a EGF (Empresa Geral de Fomento), vendida ao agrupamento português SUMA, por 149,9 milhões de euros. Sendo esta a primeira e única privatização até ao momento a ser ganha por uma empresa portuguesa, facto este muito medonho para o nosso país.
A privatização dos CTT consistiram também numa venda muito importante em termos económicos. Numa primeira fase, foram vendidos 70% da empresa por 579 milhões de euros e, numa segunda fase, venderam-se os restantes 30%, que renderam 343 milhões de euros.
Outro assunto relevante são os investimentos chineses no nosso país, que fazem muitas pessoas afirmar que “as empresas chinesas entraram em Portugal à boleia das privatizações”. A verdade é que a maior parte das privatizações em Portugal foram vendidas a empresas chinesas, tais como a EDP, a REN e, mais recentemente, as seguradoras do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), que foram vendidas à empresa chinesa Fosun Internacional, por mil milhões de euros. Posteriormente, pudemos mesmo assistir à abertura de escritórios em Portugal de algumas empresas chinesas, tais como as instituições financeiras ICBC e o “Bank of China”.
Houve ainda algumas privatizações que não tiveram tanto sucesso, tais como a CP Carga e a TAP, cujos processos falharam ou foram adiados várias vezes.
Na minha opinião, o sucesso das privatizações permitiu a recuperação mais rápida da situação económica portuguesa, apesar de ser muito preocupante o facto de apenas uma privatização ter sido realizada por uma empresa portuguesa, pois quando a situação económica estiver totalmente ou maioritariamente recuperada, o Governo Português possuirá muito poucas empresas, o que dificultará a geração de receitas para cobrir os custos.
Anabela da Silva Correia
Fontes:
- http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/interior.aspx?content_id=4133326.
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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