segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Portugal rumo a um futuro mais ´limpo`

Os países da União Europeia são atualmente os líderes mundiais no desenvolvimento e na utilização das energias renováveis. A promoção da utilização destas fontes de energias é importante quer para o cumprimento do Protocolo de Quioto para reduzir as emissões de dióxido de carbono, e assim lutar contra o aquecimento global, quer para a redução da dependência de importações de energia estrangeira por parte da UE. 
O setor das energias renováveis tem vindo a assumir progressivamente uma posição de grande importância no nosso país. Portugal possui uma posição vantajosa para ser o pioneiro na diminuição da dependência energética em fontes de energia não renováveis, pois este apresenta, no que respeita às energias limpas, um grande potencial que pode e deve ser explorado não só numa ótica de reduzir a dependência energética externa, mas também do ponto de vista ambiental, no sentido de não aumentar ou até mesmo reduzir o consumo de energias que poluem o ambiente. Com efeito, Portugal apresenta uma elevada exposição solar, uma vasta frente marítima que beneficia dos ventos atlânticos e uma densa rede hidrográfica que lhe permite aproveitar o potencial energético da luz, do vento, da água e das ondas. Com isto, o nosso país tem assumido um papel de destaque a nível internacional no desenvolvimento das energias renováveis. 
Com resultados notórios desde 2007, consequentes de uma política crescente de implantação, produção e consumo de energias renováveis, Portugal produz atualmente, através das energias renováveis, 61,7% da energia eletrica total produzida, e ocupa o 5º lugar no ranking da UE no que respeita ao consumo de energia a partir das renováveis. 
Relativamente à produção de eletricidade através destas energias, o nosso país conseguiu no último ano atingir um nível máximo: cerca de 58,3% do total de eletricidade consumida em 2013 foi fornecida por intermédio de fontes renováveis, representando um aumento significativo de 20% comparativamente a 2012, facto que permitiu a estabilização do preço deste bem. 
No que concerne à energia produzida a partir de centrais eólicas também foi observado um aumento de quase 20%. No que respeita à energia fotovoltaica constatou-se um acréscimo de 25% face ao período em causa, essencialmente gerado pela extensão da capacidade instalada. Também a geração de energia renovável a partir dos recursos hídricos sofreu um aumento, duplicando a sua produção. Este facto pode ser explicado pelas condições meteorológicas, visto que 2012 foi um ano muito seco (58% abaixo da média), e 2013 foi um ano húmido (17% acima da média). Com estas metas alcançadas, Portugal conseguiu poupar cerca de 806 milhões no setor da eletricidade e 40 milhões em licenças de emissão de dióxido de carbono, uma poupança que, portanto, atingiu os 846 milhões em 2013.
Com isto, é possível concluir que 2013 foi um ano em que Portugal viu serem recompensados os esforços em ter apostado nos seus recursos naturais, pois para além de se terem evitado importações de energias provenientes de combustíveis fosseis, também se conteve as emissões de gases com efeito de estufa. É possível inferir também que o nosso país encontra-se numa posição privilegiada para compensar o défice natural de fontes de energia não renováveis e poluentes, colocando-se na vanguarda da procura de um desenvolvimento sustentável. 
Assim, na minha opinião, Portugal encontra-se no bom caminho, pois as energias renováveis constituem atualmente um dos fortes motores económicos e social do país, não só pelo investimento que atraem mas também pelo número de postos de trabalho que originam. Num contexto de crise, as energias limpas têm criado oportunidades de investimento em tecnologias, originando simultaneamente uma economia mais limpa e sustentável.  

Andreia Soraia Fernandes Soares

Referências:
http://www.energiasrenovaveis.com/index.asp?ID_area=1

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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