Nos últimos anos, a economia do Euro sofreu uma desaceleração acentuada do crescimento económico, seguido de uma queda generalizada das taxas de juro a fim de encontrar uma forma de rolar os níveis elevados da dívida pública. Além disso, um conjunto de medidas vêm sendo tomadas, principalmente medidas de austeridade nas economias periféricas da Europa, com o intuíto de amenizar a evolução da dívida pública e ainda há um esforço para tentar reverter uma deflação que vem preocupando grande parte dos países.
O Banco Central Europeu vem utilizando instrumentos convencionais – injeções de liquidez nas economias e, principalmente, manipulação das taxas de juros – e tudo indica que ainda irá efetivar um programa de aquisição directa de activos. A queda, para níveis sem procedentes das taxas de juro está a oferecer algum alívio às economias que se debatem com níveis de dívida jamais vistos, num momento em que se acentuam os riscos de instalação da deflação já mencionada.
Ao longo dessa estagnação económica, Portugal vem tentando efetivar medidas a fim de retomar um crescimento sólido e abrandar os efeitos negativos que o país enfrenta nos últimos anos. A baixa competitividade e a pouca perspectiva de crescimento tornam hoje o país vulnerável à turbulência do mercado de títulos e, assim, aumenta a preocupação sobre a capacidade do governo para atingir suas metas fiscais e cobrir suas obrigações da dívida soberana. Segundo a comissão europeia, Portugal deverá pagar em juros (de dívida) aproximadamente 60 milhões de euros até 2020.
A partir de 2000 a dívida Portuguesa atingiu um patamar preocupante e após a crise de 2008 houve um grande salto, em paralelo aos demais países europeus. As razões deste aumento pós-crise resultam do facto de que o PIB estando a diminuir aumenta-se o rácio, mesmo que em teoria a dívida não aumentasse. Além disso, uma parcela da dívida estava oculta, em detrimento de ser devida por empresas públicas e no perímetro do Estado, e a partir de então esse valor foi gradualmente adicionado à dívida pública. Mesmo o programa de ajustamento financeiro iniciado em 2011, que levou ao corte de despesas, foi insuficiente diante da recessão que levou ao decréscimo do Produto Interno Bruto do país.
A expectativa é que o PIB português cresça cerca de 1% este ano. O abrandamento das economias do euro, onde estão concentradas as principais trocas comerciais do país, é um dos principais motivos que reforça este pequeno crescimento ainda este ano. Para o país retomar um crescimento sustentável será necessário reduzir o endividamento externo através da desalavancagem dos sectores público e privado, manter a estabilidade do sistema bancário, garantir a sustentabilidade das finanças públicas e a consolidação de reformas estruturais como apoio ao crescimento e a competitividade.
Geraldo Henrique Oliveira Soares
Referências:
Jornal Negócios.pt
https://www.ecb.europa.eu/ecb/html/index.pt.html
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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