O tema da sustentabilidade é já discutido por empresas, governos e pela comunidade como um todo há vários anos. Ao adotar a agenda 2030, a comunidade mundial reafirmou o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável. São 17 os objetivos definidos pelas Nações Unidas e pelo Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas e, para os alcançar, são precisas transformações a todos os níveis, desde a educação até à tecnologia, passando pela ciência, inovação, investigação e finanças. Mas será a UE capaz?
As
leis europeias estão, e bem, cada vez mais exigentes. Assim sendo, a ambição da
redução da pegada carbónica, bem como a transparência financeira associada às
alterações climáticas são requisitos que todas as empresas vão ter de cumprir.
O
comportamento das empresas está mais responsável, a capacidade de responder aos
riscos ambientais e socias está cada vez mais no centro da estratégia. Só assim
é possível sobreviver neste “novo” mercado com todas as alterações que têm sido
implementadas. No entanto, as ideias de produção ótima e sustentabilidade são
muitas vezes vistas como antagónicas. Mais produção está diretamente associada
com mais poluição, que é o que se procura evitar quando se aborda o tema da
sustentabilidade. A redução de 40% nas emissões de gases com efeito estufa é um
dos pontos fulcrais do Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas e, por
isso, a União Europeia vê-se obrigada a tomar medidas que requerem um
investimento extra, estimado em 180 mil milhões de euros por ano.
A
transição para uma União Europeia mais sustentável tem de ser justa. Para isso
acontecer, o desempenho financeiro deve deixar de ser o principal critério
perante um investimento recomendável. Os gestores têm de ter em conta a
sustentabilidade no processo de decisão de investimento, uma vez que esta é
agora requisito na hora do financiamento externo por bancos e seguradoras.
Uma
economia sustentável visa maximizar a utilidade dos recursos naturais, isto é,
a utilização dos mesmos deve ser o máximo assertiva e evitando desperdícios. A abordagem
dos desafios tem de ser ainda mais coletiva, para nada nem ninguém ficar para
trás. Novas formas de trabalho, criação conjunta, partilha de conhecimento e
experiências, são medidas gradualmente mais necessárias.
Ouve-se muitas vezes, e de
diversas fontes de informação, que os recursos neste planeta são limitados, mas,
na economia, a finitude dos recursos não estava a ser considerada nos modelos
económicos. Por esse motivo é que uma transição de uma economia linear para uma
circular é tão necessária. Os empregadores procuram cada vez mais soluções
sustentáveis para o planeta porque há mais oportunidades de negócios para quem
segue este padrão.
Face
ao que foi acima abordado, a minha opinião sobre os esforços em prol da
sustentabilidade é bastante positiva. Tornar o planeta um lugar melhor,
devolver à natureza o que lhe tiramos durante tanto tempo e consciencializar os
consumidores para os problemas ambientais deveriam ser objetivos de todos.
Cada país e cada comunidade tem propósitos a abordar individualmente, mas todos à sua volta devem ser interessados e todos devem ter sentido de responsabilidade quando se abordam as questões ambientais. Todos temos de ser líderes, todos temos de querer aprender mais, todos temos de mudar a nossa mentalidade, todos temos de ambicionar o progresso e desenvolvimento pessoal, profissional e social.Temos de ser parceiros mais capazes, porque só assim é que vamos alcançar o objetivo final. Só seguindo este caminho iremos tornar a sociedade mais consciente e interessada no planeta, como um todo.
Maria Mateus
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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