Foi convocada uma greve organizada pelo sindicato dos médicos, agendada para o próximo mês, nos dias 23, 24 e 25.
A proposta de Orçamento do Estado para 2022, apresentada pelo Governo,
alvitrou mais 703 milhões para o Serviço Nacional de Saúde.
Segundo os sindicatos da área da medicina, as
medidas previstas no Orçamento do Estado para 2022 são insuficientes e o
panorama do SNS e as condições de trabalho a que os médicos estão sujeitos são
assim intoleráveis.
Depois de uma reunião
realizada em Coimbra, Manuel Carrilho, que é o presidente da Federação Nacional
dos Médicos, afirmou que “a situação no Serviço
Nacional de Saúde e o nível a que os médicos estão a ser sujeitos ao nível das
condições de trabalho é insustentável”, anunciando um protesto nacional. As
medidas previstas no Orçamento do Estado para 2022 são insuficientes e o
panorama do SNS e as condições de trabalho a que os médicos estão sujeitos são
assim intoleráveis.
Não só falou
Manuel Carrilho, como Roque da Cunha, que faz parte do Sindicato Independente
dos Médicos (SIM), que concorda com o presidente da Federação Nacional dos
Médicos: "Esta greve tem como objetivo fundamental exigir financiamento do
SNS, de passarmos das palavras aos atos. Hoje é evidente, um pouco por todo o
país, no Porto, em Leiria, que os médicos, apesar de todos os esforços que têm
feito – que no ano passado deram 8 milhões de horas extraordinárias ao SNS –
não conseguem aguentar mais”. Roque da
Cunha abriu o jogo dizendo que está na posse do governo evitar ou não esta
greve.
Para além dos
médicos, também os enfermeiros vão realizar uma greve na primeira semana de
novembro, e uma concentração em frente à Assembleia da república no dia 28 de
outubro.
Sete
sindicatos - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP),
Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Sindicato dos
Enfermeiros (SE), Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da
Madeira (SERAM), Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal
(Sindepor), Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPEnf),
Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) - entregaram uma carta reivindicativa ao Ministério da
saúde, sobre a qual não obtiveram nenhum tipo de resposta por parte do
Ministério da Saúde.
Exigem um
aumento dos salários, a resolução de situações de precariedade, que se possam
reformar mais cedo, incorporação imediata nos mapas de pessoal de todos os
enfermeiros com contratos precários no SNS e a abertura de concursos para todas
as categorias (de
enfermeiro, enfermeiro especialista, enfermeiro gestor e para as funções de
direção) ou a “abertura imediata das negociações para
uma carreira de enfermagem aplicável de igual modo a todos e que valorize todos
os enfermeiros, corrija desigualdades, injustiças e discriminações”.
Pedro Costa, que é o
presidente do Sindicato dos Enfermeiros, declarou que não está em guerra com o
governo e que espera uma resposta nos próximos dias. “Por isso, decretou-se uma
paralisação nacional para a primeira semana de novembro, que queremos anunciar
na sexta-feira. De alguma forma, damos aqui algum tempo ao Governo para se
poder pronunciar”.
Não sendo a área da saúde
o forte de Portugal, é necessário que o governo atue rapidamente e tome as
melhores medidas para evitar danos maiores.
António Luís Paredes Fernandes
[artigo de opinião
desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia”
do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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