A ONU é uma organização, a nível mundial, com sede em Nova Iorque, que tem como principal objetivo promover a paz em todo o mundo. É formada por vários países, que decidiram se juntar a esta organização por se identificarem com os princípios e missões da mesma. Foi criada logo após o fim da segunda guerra mundial, com o objetivo de impedir outra grande guerra a nível mundial, mas acabou por ter um papel mais amplo, sendo responsável pela criação de leis internacionais, defesa dos direitos humanos, promoção da segurança, ajuda no progresso social, económico e humanitário e proteção do meio ambiente.
Esta organização, ao longo dos anos, foi
recebendo muitas críticas, mas também muitos elogios. São vários os exemplos de
conflitos em que interveio de forma assertiva e com sucesso, mas também são
muitos os casos em que nada faz, intervindo tarde ou nem chegando a
intrometer-se. Os principais estudiosos divergem nas opiniões em relação às
Nações Unidas. Uns afirmam que esta é corrupta e tendenciosa e só intervém
quando lhe convém, acabando por ser influenciada pelos interesses dos
países-membros, outros pensam que acaba por ser uma fonte importante de ajuda
na manutenção da paz e no estímulo ao desenvolvimento humano.
Por exemplo, devido ao envio de forças
militares para determinadas regiões que estavam em conflito. Retenham, a esse
propósito, as situações seguintes: em 1964, conseguiu restaurar a paz na República
Democrática do Congo, no Estado de Katanga; conseguiu acabar com a Crise de
Suez em 1956; em 1950, invalidou a invasão à Coreia do Sul por parte da Coreia
do Norte, mas neste caso só o conseguiu fazer devido à ausência da URSS no
conselho nesse momento, assumindo os EUA esse papel de impedir a invasão.
Em contraponto, em 1947, é aprovada a divisão da Plestina, sendo criado
o estado chamado Israel, que acaba por resultar em conflitos entre os dois
países anos mais tarde.
Na década de 60, 17 novos países acabam por se juntar às Nações Unidas,
sendo 16 deles oriundos de África, devido a uma enorme descolonização que
ocorreu na Ásia, África e Oceânia nesses anos. Devido a isto, estes países
formam uma aliança de nome “Grupo dos 77”, liderados pela Argélia, tornando-se
uma voz ativa dentro da organização, acabando por, em 1975, juntamente com a
União Soviética entrar em conflitos no conselho da organização com os EUA,
altura em que decorria a Guerra Fria.
A ONU teve muitos problemas pois não conseguiu intervir em conflitos no
Médio Oriente, Vietname, entre outros, e por isso começou a concentrar-se mais em
ajudar no desenvolvimento económico e cultural nos países em desenvolvimento,
chegando a alocar mais orçamento para esta área que para a área de manutenção da
paz.
Com o
fim da Guerra Fria, esta organização já conseguiu realizar mais missões de paz
em dez anos do que nas quatro décadas anteriores, e isto permitiu que o
orçamento para a promoção da paz sofresse um aumento muito significativo: cerca
de dez vezes mais que o anterior. Algumas dessas missões foram: o
supervisionamento das eleições democráticas na África do Sul e no Camboja;
negociação para acabar com a Guerra Civil em El Salvador e na Serra Leoa;
promoção da paz na Namíbia; ações que conduziram ao fim a invasão do Kuwait pelo
Iraque, com a ajuda dos EUA, entre outras.
Devido à Guerra Fria entre os EUA e a União
Soviética, a ONU encontrava-se muitas vezes sem poder fazer nada, neutralizada,
e quando podia intervir era em conflitos que ocorriam em locais distantes dos
provocados pela tensão entre estes dois estados. Daí que muitas pessoas
critiquem a ONU, afirmando que esta é corrupta e que em vários momentos teve
uma má gestão dos conflitos. E de facto, recorrendo à história toda, é essa a
minha opinião pois, desde o seu início até aos dias de hoje, a ONU tem tido um
papel importante, realizando boas ações e tendo sucesso em várias missões, mas
existem vários casos em que esta organização ficou aquém das suas responsabilidades
e do que é esperado pela população mundial. Um desses casos foi a Guerra da
Síria, que começou em 2011, e desde aí esta organização nada fez pela promoção
da paz. Isto aconteceu pois os EUA e a Rússia não estavam de acordo em relação
ao que fazer, e por isso a ONU não interveio. Este é um dos casos que ajuda a
explicar a ineficiência desta organização, que acaba por se deixar corromper e subjugar
pelos interesses económicos, políticos de potências como EUA, Rússia e China.
Um dos casos mais recentes é
a crise no Afeganistão, em 2021, em que os talibãs conseguiram recuperar a
cidade de Cabul às forças norte-americanas. Como é do interesse dos EUA voltar
a ganhar poder nessa região, temos observado uma intervenção da ONU ao nível de
envio de mantimentos e, até, efetuando pedidos ao conselho de segurança para
que este fizesse uma declaração a pedir o fim das hostilidades e para que
ajudasse ao nível humanitário, para impedir que o país voltasse a ser o foco de
terrorismo que outrora já foi.
A ONU é uma organização que já ajudou muito a vários níveis, mundialmente, e que no geral até acaba por ter um saldo positivo, pois não luta só pela paz mas também defende os direitos humanos, progresso social e económico. Contudo, pode e deve fazer muito mais no que respeita à sua intervenção nos conflitos armados. Esta organização deve ganhar mais poder e assumir-se perante as grandes potências, não se deixando subjugar às vontades destas, intervindo nos conflitos quando tem que intervir, de modo a promover a paz, não ligando se o que está a fazer vai incomodar os EUA ou a Rússia ou a China. Em muitas fases, a ONU agiu de forma incorreta e até de forma corrupta, deixando-se levar por outros interesses.
Cristiana Raquel
Martins Pinheiro
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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