A TAP, Transportes Aéreos Portugueses, tem sido um nome que tem estado na boca dos portugueses nos últimos anos. Isto porque muito se tem debatido acerca da sua privatização, sendo que a principal razão desta discussão serão as sucessivas injeções de capital por parte do Estado português.
É
uma história que dura já há vinte anos e que muitos defendem ser o maior erro político
de António Costa, mas o que é facto é que a privilegiada TAP continua a receber
injeções de capital, havendo até quem lhe chame de “orgia financeira”.
Se,
por um lado, há quem defenda a sua nacionalização devido a ser uma das maiores
exportadoras, criando postos de trabalho e pagando milhões em impostos e
contribuições, por outro lado, há quem apoie mesmo a sua privatização dizendo
que todo o dinheiro que está a ser investido nunca será reavido e, por isso,
trata-se de um assalto ao bolso dos portugueses. Parece que nem Bruxelas está
convencida com o plano traçado pelo governo português, pois antes de dar luz verde
ao plano de reestruturação pediu ao governo uma investigação profunda. Para
ajudar à festa, a TAP acaba de finalizar esta semana o despedimento coletivo de
72 trabalhadores, mais um gigante falhanço nesta história que não parece ter
fim.
Para
além de tudo isto já falado, e como se não fosse suficiente, juntou-se
recentemente à lista dos problemas a GroundForce, onde a TAP tem participação,
devendo à companhia aérea 19,7 milhões de euros.
Mas
a questão que se mantém é: quantos mais milhares de milhões terão os
portugueses de investir para ver chegar o fim desta novela?
Na
minha opinião, investir na TAP pode ser um mal sem fim, pois de todas as vezes
que financiamentos já foram feitos nesta empresa a verdade é que tudo voltou à
estaca zero e mais dinheiro dos contribuintes teve de ser investido na
companhia anos mais tardes. O grande argumento de que a TAP é importadora do
turismo cai por terra quando analisados os seguintes dados: em 2019
(pré-pandemia), a TAP apenas transportou uns míseros 19% de passageiros do
Porto e 3,5% de passageiros de Faro. Se o Algarve é a porta de entrada do
turismo em Portugal, certamente não será por intermédio da TAP.
Pondo
mais uma vez em perspetiva toda a situação, a ultima injeção da TAP no valor de
1,2 mil milhões de euros é o equivalente a metade do orçamento do estado
dedicado ao ensino superior ,e caso isto não seja suficiente para convencer
todos os portugueses de que a companhia aérea portuguesa é um péssimo negócio,
falemos da qualidade do serviço prestado. Uma empresa que de lowcost nada tem e que se orgulha de ser
conhecida pela sua qualidade, é alvo de constantes queixas devido a atrasos e
serviços medíocres. No ranking de
avaliação de companhia aéreas, a TAP situa-se no fim da tabela, junto a
companhias lowcost que cobram até
menos 70% do valor dos bilhetes da TAP.
Sendo
assim, e para concluir, penso que a privatização da TAP seria a melhor solução pois
quer os portugueses quer o Governo não irão aguentar, pois as avultadas
injeções de capital não são sinónimas de sucesso, podendo muito bem ter sido
dinheiro “deitado ao lixo”. Acredito plenamente que a sua passagem de
responsabilidade a uma identidade privada poderá dar melhor seguimento ao
processo e fazer uma melhor gestão da companhia, garantido igualmente as
contribuições pagas pela companhia a Portugal.
Carolina Oliveira Gonçalves
[artigo de opinião
desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia”
do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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