Atualmente, temos assistido a um agravamento do envelhecimento da população portuguesa comparativamente com outros países mundialmente. As projeções não se demonstram animadoras e é consensual que a sociedade terá de agir para reverter este problema.
De acordo com várias entidades estatísticas, como o INE e a PORDATA, nos próximos 50 anos, estima-se que Portugal irá perder população, cerca de 2 milhões, e o mais preocupante será o decréscimo de jovens, de 1,4 para 1,1 milhões, e, por sua vez, o aumento da população idosa de 2,2 para 3 milhões. Este acréscimo da população residente com 65 ou mais anos é demonstrável no cenário central da figura 4.
Fonte: Projeções da População Residente 2018-2080, INE |
Desta
forma, porque motivo se observa este decréscimo na população jovem portuguesa e
o aumento da população envelhecida? É acordado por vários analistas e economistas
experientes nesta área que tal acontecimento se resume maioritariamente a 2
razões: a primeira relaciona-se com a diminuição da natalidade por parte das
famílias, que optam por ter menos filhos e mais tardiamente; e a segunda e
principal é a emigração dos jovens portugueses em busca de novas oportunidades
de emprego e uma melhor estabilidade financeira.
Assim,
tendo em conta todos estes dados mencionados, é importante arranjar soluções de
modo que o país tenha capacidade para aguentar esta despesa do envelhecimento. Novas
políticas passam pelo aumento da despesa do setor da saúde, com o
desenvolvimento da medicina e tecnologia, na prevenção e no diagnóstico precoce
de várias doenças. Do mesmo modo, será necessário o aumento da assistência às
residências da população portuguesa com mais de 65 anos, por parte de entidades
como a GNR e a Cruz Vermelha, uma vez que se tem registado um acréscimo de
cerca de 40% do abandono destas. Igualmente, é importante notar, o valor das
pensões de velhice, ou seja, o montante que é recebido mensalmente pela
Segurança Social a quem atinge uma determinada idade e tempo de desconto, que
atualmente apresenta um custo de 275,30€, podendo, eventualmente, no futuro,
ser exigido mais.
Concluindo,
acredito que, face a este cenário de decréscimo da população juvenil e aumento
da idosa, não só registado em Portugal mas como em outras grandes potências
europeias, os governos terão de agir adotando medidas que se encontrem
coerentes com o panorama que se começa a observar e promover melhores condições
de vida. Tais condições incluem não só as referidas anteriormente como a
atribuição de melhores rendimentos e subsídios para que haja incentivo para os
imigrantes estabelecerem-se em Portugal, assim como para os jovens permanecerem
e contribuírem para uma melhor economia hoje, assegurando um melhor futuro para
as gerações seguintes e um melhor apoio para os idosos de hoje.
Eduarda
Nogueira Lima
[artigo de opinião desenvolvido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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