A crise sentida nos mercados financeiros pronuncia-se de diferentes maneiras em Portugal, apontando para um crescimento de 0,6%, este ano, e de 0,1% para 2009. A recuperação do frágil crescimento português até 2007 assentou no aumento das exportações, o qual tem vindo a perder o seu fulgor em resultado do abrandamento da procura externa. Porém, para podermos voltar a recuperar esse crescimento é necessário retomar a competitividade e alterar a estrutura produtiva do sector exportador.
A acentuada dependência entre a economia portuguesa e a economia espanhola é realçada pelo facto da procura portuguesa ser particularmente o mercado espanhol. Espanha é responsável por cerca de ¼ do Investimento Directo Estrangeiro em Portugal, sendo actualmente o nosso terceiro maior investidor externo em Portugal, ocupando o nosso primeiro mercado de exportações de mercadorias (cerca de 30% das exportações nacionais) e o segundo na exportação de serviços. Dada esta dependência a deterioração da economia espanhola provocará efeitos nefastos na economia portuguesa. Como tal, a crise que se está a verificar em Espanha poderá ter fortes consequências na economia portuguesa, tais como o despedimento de trabalhadores portugueses que se encontram a trabalhar em Espanha; a quebra na procura interna e consequente impacto nas importações portuguesas e quebra dos investimentos feitos por empresas espanholas no terreno nacional. Por exemplo, o caso da afectação da crise global na indústria automóvel, em que 28% dos componentes automóveis produzidos em Portugal têm como destino o país vizinho (Espanha).
Existem várias justificações para a quebra na economia espanhola, entre os quais se destaca o sector imobiliário, área que embora não fosse muito sustentável, aguentou o crescimento económico espanhol nos últimos anos. Porém, a crise imobiliária espanhola tem vindo alastrar-se ao resto da economia, nomeadamente em Portugal, onde Espanha é o principal investidor, afectando empresas e emprego; reflectindo-se nos níveis de confiança das famílias e nos restantes sectores; retraindo o consumo espanhol e prejudicando as exportações portuguesas.
No entanto, perante a evidência da dependência entre a economia portuguesa e espanhola, os empresários portugueses devem considerar que a procura externa relevante é a mundial, não só pelo facto de vivermos na era global mas também porque as economias de muitos países, nomeadamente a Ásia e América, estão a crescer mais do que os nossos parceiros comerciais tradicionais. Assim, para além do alargamento geográfico, os empresários portugueses devem ter em consideração o alargamento da sua gama produtiva exportadora, essencialmente em bens e serviços com mais intensidade tecnológica e mais valor acrescentado.
Do mesmo modo, os poderes políticos também deverão dirigir apoios nacionais e/ou comunitários para novos produtos e serviços no sector dos bens e serviços transaccionáveis, como aconteceu com o desenvolvimento dos sectores de turismo e do automóvel, onde o Estado teve um papel fundamental. Contudo, a orientação e ajuda política deverá ser orientada para as empresas que realmente exportam bens e serviços, pequenas e médias empresas, pois considera-se que as exportações são o caminho vital para sair da crise e para o futuro de Portugal.
A acentuada dependência entre a economia portuguesa e a economia espanhola é realçada pelo facto da procura portuguesa ser particularmente o mercado espanhol. Espanha é responsável por cerca de ¼ do Investimento Directo Estrangeiro em Portugal, sendo actualmente o nosso terceiro maior investidor externo em Portugal, ocupando o nosso primeiro mercado de exportações de mercadorias (cerca de 30% das exportações nacionais) e o segundo na exportação de serviços. Dada esta dependência a deterioração da economia espanhola provocará efeitos nefastos na economia portuguesa. Como tal, a crise que se está a verificar em Espanha poderá ter fortes consequências na economia portuguesa, tais como o despedimento de trabalhadores portugueses que se encontram a trabalhar em Espanha; a quebra na procura interna e consequente impacto nas importações portuguesas e quebra dos investimentos feitos por empresas espanholas no terreno nacional. Por exemplo, o caso da afectação da crise global na indústria automóvel, em que 28% dos componentes automóveis produzidos em Portugal têm como destino o país vizinho (Espanha).
Existem várias justificações para a quebra na economia espanhola, entre os quais se destaca o sector imobiliário, área que embora não fosse muito sustentável, aguentou o crescimento económico espanhol nos últimos anos. Porém, a crise imobiliária espanhola tem vindo alastrar-se ao resto da economia, nomeadamente em Portugal, onde Espanha é o principal investidor, afectando empresas e emprego; reflectindo-se nos níveis de confiança das famílias e nos restantes sectores; retraindo o consumo espanhol e prejudicando as exportações portuguesas.
No entanto, perante a evidência da dependência entre a economia portuguesa e espanhola, os empresários portugueses devem considerar que a procura externa relevante é a mundial, não só pelo facto de vivermos na era global mas também porque as economias de muitos países, nomeadamente a Ásia e América, estão a crescer mais do que os nossos parceiros comerciais tradicionais. Assim, para além do alargamento geográfico, os empresários portugueses devem ter em consideração o alargamento da sua gama produtiva exportadora, essencialmente em bens e serviços com mais intensidade tecnológica e mais valor acrescentado.
Do mesmo modo, os poderes políticos também deverão dirigir apoios nacionais e/ou comunitários para novos produtos e serviços no sector dos bens e serviços transaccionáveis, como aconteceu com o desenvolvimento dos sectores de turismo e do automóvel, onde o Estado teve um papel fundamental. Contudo, a orientação e ajuda política deverá ser orientada para as empresas que realmente exportam bens e serviços, pequenas e médias empresas, pois considera-se que as exportações são o caminho vital para sair da crise e para o futuro de Portugal.
Ana Matilde Carvalho Gonçalves
(artigo de opinião)
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