Como sabemos, a economia mundial está em recessão. A crise ‘importada’ dos EUA trouxe consigo uma grande incerteza aos mercados financeiros, sendo que no espaço europeu assistimos a uma subida inevitável da Euribor (que é a taxa da usualmente utilizada no crédito à habitação).
A primeira evidência que tivemos em relação à crise nos mercados financeiros, foi a falta de liquidez que se sentiu (e ainda se sente), e cuja solução encontrada pelo BCE foi a diminuição da taxa de referência do espaço europeu (é necessário perceber que esta medida foi tomada mais tardiamente que o esperado pois o principal objectivo do BCE é a estabilidade dos preços, e apenas por esta altura as pressões inflacionistas estavam controladas).
Após esta medida, também a Euribor começou a descer, uma vez que estas duas taxas andam sempre atreladas. Contudo, e cientes do facto desta não se apresentar como uma medida suficiente para combater a crise financeira actual, os responsáveis pela condução das políticas económicas no espaço europeu apelaram para a acção concertada de todos os países deste espaço, de maneira a garantirem a estabilidade dos seus sistemas financeiros nacionais, e, por conseguinte, do sistema financeiro europeu.
Como resultado deste pedido, e à semelhança dos outros países Europeus, Portugal tomou medidas para contornar esta crise, e para evitar que esta se instalasse de forma mais crítica.
Uma dessas medidas, que está formalizada no orçamento de Estado, consiste na concessão de crédito no valor de 20 mil milhões de euros para bancos em crise, de forma a reforçar a estabilidade do sistema. Ou seja, esta medida diz-nos que se uma instituição financeira está em apuros o Estado assume a responsabilidade por ela (tal como fez actualmente com o Banco Português de Negócios). Esta medida está em consonância com a posição europeia, uma vez que o BCE já havia garantido que não iria permitir a queda de nenhuma agência financeira de relevo.
Outra medida que o nosso Governo também tomou para aumentar a liquidez nos mercados financeiros, foi decidir efectuar o pagamento das suas dívidas para com as empresas privadas, que representam cerca de 2% do produto português. Uma medida bastante eficaz, que vai impulsionar a economia (que podemos até comparar ao micro crédito, mas em relação apenas às empresas), e que não parece ter grandes contrapartidas uma vez que o Estado está aqui apenas a cumprir com as suas obrigações.
Para financiar qualquer uma destas medidas, o nosso Estado pondera recorrer à emissão de dívida pública, o que vai enviar para gerações futuras as responsabilidades de pagamento das dívidas do presente.
Neste caso, e para evitar estas transferências financeiras entre as gerações, defendo que o Estado deveria desistir dos investimentos públicos que tem em vista, e que, neste momento não parecem ser sustentáveis, dado o clima de instabilidade financeiro e de dificuldade em fazer previsões de longo prazo.
Cristina Lobo
cristina-lobo@hotmail.com
A primeira evidência que tivemos em relação à crise nos mercados financeiros, foi a falta de liquidez que se sentiu (e ainda se sente), e cuja solução encontrada pelo BCE foi a diminuição da taxa de referência do espaço europeu (é necessário perceber que esta medida foi tomada mais tardiamente que o esperado pois o principal objectivo do BCE é a estabilidade dos preços, e apenas por esta altura as pressões inflacionistas estavam controladas).
Após esta medida, também a Euribor começou a descer, uma vez que estas duas taxas andam sempre atreladas. Contudo, e cientes do facto desta não se apresentar como uma medida suficiente para combater a crise financeira actual, os responsáveis pela condução das políticas económicas no espaço europeu apelaram para a acção concertada de todos os países deste espaço, de maneira a garantirem a estabilidade dos seus sistemas financeiros nacionais, e, por conseguinte, do sistema financeiro europeu.
Como resultado deste pedido, e à semelhança dos outros países Europeus, Portugal tomou medidas para contornar esta crise, e para evitar que esta se instalasse de forma mais crítica.
Uma dessas medidas, que está formalizada no orçamento de Estado, consiste na concessão de crédito no valor de 20 mil milhões de euros para bancos em crise, de forma a reforçar a estabilidade do sistema. Ou seja, esta medida diz-nos que se uma instituição financeira está em apuros o Estado assume a responsabilidade por ela (tal como fez actualmente com o Banco Português de Negócios). Esta medida está em consonância com a posição europeia, uma vez que o BCE já havia garantido que não iria permitir a queda de nenhuma agência financeira de relevo.
Outra medida que o nosso Governo também tomou para aumentar a liquidez nos mercados financeiros, foi decidir efectuar o pagamento das suas dívidas para com as empresas privadas, que representam cerca de 2% do produto português. Uma medida bastante eficaz, que vai impulsionar a economia (que podemos até comparar ao micro crédito, mas em relação apenas às empresas), e que não parece ter grandes contrapartidas uma vez que o Estado está aqui apenas a cumprir com as suas obrigações.
Para financiar qualquer uma destas medidas, o nosso Estado pondera recorrer à emissão de dívida pública, o que vai enviar para gerações futuras as responsabilidades de pagamento das dívidas do presente.
Neste caso, e para evitar estas transferências financeiras entre as gerações, defendo que o Estado deveria desistir dos investimentos públicos que tem em vista, e que, neste momento não parecem ser sustentáveis, dado o clima de instabilidade financeiro e de dificuldade em fazer previsões de longo prazo.
Cristina Lobo
cristina-lobo@hotmail.com
(artigo de opinião)
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