quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O corte do BCE nas taxas de juro

O BCE continua atento a evolução negativa da economia e a grande recessão económica que se faz sentir. Neste sentido houve um corte de 0,50 pontos para os 3,25% na taxa de juro, o que pode representar um grande alívio para as empresas e famílias a nível europeu. E, por outro lado, este corte pode tranquilizar o mercado das acções.
Após o Banco Central da Inglaterra ter realizado um corte de 1,5 pontos percentuais o Banco Central Europeu também optou por uma descida na taxa de juro. Mas neste caso o corte foi mais suave: apenas de 0,5 pontos percentuais. Este corte no “preço do dinheiro” deve-se sobretudo a preocupação cada vez mais evidente por parte das famílias e empresas, e com este corte reforça-se a relação de confiança entre o BCE e as famílias/empresas no sentido de que o BCE irá conseguir controlar a inflação. Mas este corte poderá ser insuficiente: na realidade já se discutiu se não teria sido melhor ter feito um corte de 0,75 pontos percentuais ou até de 1 ponto percentual. Assim sendo prevê-se que para o BCE conseguir controlar a inflação e melhorar a situação financeira das famílias e empresas terá no futuro proceder a mais cortes. Estes cortes poderão fazer com que a taxa de juro se situe entre os 2% e os 2,5%.
Mas porquê este corte tão pequeno face ao abrandamento abruto na evolução da economia? A razão é que se os cortes forem demasiado grandes então estes poderão assustar o mercado. Neste sentido vai haver pequenos cortes na taxa de juro ao longo do tempo, para se chegar a um valor óptimo no sentido de controlar a inflação e melhorar o estado da economia. Por outro lado este corte na taxa de juro influencia positivamente o mercado accionista. Se, por um lado, face a crise económica, existe um sentimento extremamente negativo por parte dos investidores o que influencia negativamente o mercado accionista, por outro, a diminuição da taxa de juro consegue atenuar as consequências negativas no mesmo mercado. Isto, na medida em que, face a esta recessão económica, o lucro das empresas parece estar a diminuir, mas, com a diminuição da taxa de juro, existe a perspectiva de uma melhoria de condições para as empresas conseguirem sobreviver a grande crise financeira que abala o mundo.
Pode-se dizer que o BCE está a tentar reanimar a economia através de cortes nas taxas de juro. Estamos perante uma grande crise financeira, e para tal têm que ser tomadas medidas drásticas de forma a combater este abrandamento geral da evolução das economias. Para tal estes cortes na taxa de juro têm que ser feitos de forma a salvaguardar as finanças das famílias e empresas.

Alex dos Santos Teixeira
italianoboaonda@hotmail.com
(artigo de opinião)

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